Gestante arariquense vive calvário para consultar com ginecologista

Araricá – Débora Marques da Silva, 29 anos, 37 semanas de gestação e um relato de burocracias para consultar com ginecologista em Araricá. “Mês de outubro não consultei. Novembro consultei com o cubano que não fez nada, em dezembro consultei com outro gineco que estava no centro. Janeiro só passei com o médico da família, que me disse que tinha que passar no ginecologista, porque não adianta ser mais com ele, que é clínico. Agora, consegui. Marquei na quinta-feira,14, para hoje (segunda-feira, dia 18)”, relatou Débora, residente no Campo da Brasina.

Ela ainda reclama que as marcações precisam ser feitas presencialmente no posto de saúde do centro. O processo de agendamento se mostrou confuso. “Era as quintas-feiras, liguei na quinta, pra ver se conseguia marcar. Disseram que tinha mudado para as terças-feiras. Liguei na terça e a moça disse que não tinha como marcar por telefone. Que eu tinha que ir lá. Liguei pro posto do centro. Pedi se não tinha como ela marcar pra mim, não tenho quem mandar no meu lugar, disse que não tinha como, tinha que ir eu mesma, levar o documento”.

Sem transporte, Débora pagou R$15,00 em táxi para ir até o centro marcar a consulta.

Encaminhamentos mensais

Após a consulta de segunda-feira, 18, o ginecologista identificou uma alteração na pressão de Débora, receitou uma medicação e encaminhou uma nova consulta para quarta-feira da semana que vem para averiguar o quadro clínico da gestante. “Perguntei como fazia para marcar, porque nunca marcavam para mim de um mês para o outro”, pontuou. O médico, entretanto, orientou a paciente a dizer às atendentes que ele havia requisitado a marcação. Assim, a consulta foi então agendada conforme o pedido do médico. “Se não, teria que ir de novo, mais perto, para conseguir marcar. Se ele não tivesse encaminhado direto. Toda vez a mesma burocracia para marcar a data”, destaca Débora.

Procedimento para agendamento

O Jornal Repercussão entrou em contato com o prefeito de Araricá, Flávio Foss, que responde pela saúde no município. Foss confirmou que os agendamentos somente podem ser feitos presencialmente no posto.

“Não marcamos por telefone. Tinha muita gente marcando por telefone e quando ia a fundo, a pessoa não era de Araricá. Pode ir familiar, qualquer pessoa, mas precisa marcar pessoalmente, comprovando que mora em Araricá”, explica o prefeito. “Pode ter certeza, a nossa saúde está bem organizada”, garantiu.

O prefeito orienta barrar para exames, consultas e medicamentos, qualquer pessoa que não comprove morar em Araricá. Ele explicou ainda que os agendamentos devem ser feitos às sexta-feiras, para consulta na segunda-feira, e às terças para consulta na quarta-feira.

Foss pediu que Débora procurasse pela funcionária Elaine, diretamente no posto, para resolver os problemas e ajudar no desentrave da situação.

A respeito da farmácia municipal, Foss esclarece que no começo de março os postos estarão cheios de medicamentos. Isso porque, hoje, há muitos remédios faltando. “Eu deixei esvaziar a farmácia pra ver quem é quem. Pessoal começou a fazer cadastro novo, atualizar, para darmos uma olhada. Vai estar totalmente abastecido no início de março. Pode ter certeza, a saúde de Araricá está bem em ordem”, garantiu, mesmo em meio ao desabastecimento.

Texto: Sabrina Strack

Foto: Deivis Luz / Arquivo JR