Gerentes de postos explicam as razões para preço do combustível não cair como ao gosto do cliente

Região – Nas últimas semanas, os motoristas e donos de veículos perceberam uma redução no preço dos combustíveis. Em alguns casos, a queda foi de até R$ 0,30 centavos como é o caso da gasolina comum. Porém, essa redução poderia ser ainda maior se o chamado preço de pauta do ICMS (que é o preço de cálculo da Secretaria da Fazenda Estadual para a cobrança de imposto no combustível) não sofresse frequentes elevações. Para não repassar esses aumentos autorizados pelo Governo Estadual do RS, donos de postos de combustíveis revelam que acabam absorvendo estes aumentos de tributos e reduzindo as margens de lucro dos empresários.

Um dos principais gerentes do setor de comércio de combustíveis de Campo Bom e Sapiranga, Gilvan Skonetzky, explica que todas as reduções dos combustíveis anunciadas pela Petrobras são repassadas ao consumidor. “Basta relembrar que nas primeiras semanas de outubro a gasolina custava R$ 4,79 e hoje está a R$ 4,49, mesmo com o aumento do preço de pauta do ICMS, que passou a valer em 1º de novembro”, contextualiza Gilvan, lembrando que o chamado preço de pauta é alterado mensalmente, e normalmente, para cima, forçando o aumento dos combustíveis no Rio Grande do Sul, diferente de outros estados que veem os preços caindo.

Gerente faz projeção

Douglas Schelle, administrador de uma rede com postos em Sapiranga, Igrejinha e Três Coroas reforça que as reduções anunciadas são sobre o valor de produção nas refinarias (no caso dos gaúchos, na REFAP, em Canoas). “Esse percentual não é real, pois o imposto estadual (o ICMS) é o preço de pauta calculado sobre a média no estado dos preços ofertados na bomba. No fim de novembro, esse imposto baixará e o valor cairá mais”, cita otimista.

Preços pelo Estado e postos fechados na região

Preços baixos na região
Na avaliação de Douglas, a região do Vale do Sinos concentra os preços de combustíveis mais baixos do Estado. “Isso ocorre devido a grande quantidade de postos e concorrência. O efeito colateral é que postos que não suportam essa concorrência fechem o negócio, pois ninguém consegue trabalhar no vermelho por muito tempo. Há dezenas de postos contabilizando prejuízos mês a mês”, lamenta.

Preço alto na fronteira
O gerente compara ainda os preços do Vale do Sinos com os da região da Fronteira. “Se for analisar, na Fronteira o preço está acima dos R$ 5,00 o litro. Na Serra, a mesma coisa”, conta.

Para se manter competitivo, ele cita que a maioria dos postos do Vale do Sinos repassou todos os descontos anunciados nas últimas semanas aos consumidores.

Postos fechando
Outro fato abordado é a quantidade de postos fechados pela região. “Temos o menor preço do Estado e a maior quantidade de postos fechados”, relembra Douglas. Somente em Campo Bom são ao menos sete postos de combustíveis fechados. O gerente cita ainda que se a alíquota de ICMS fosse menor, o preço do litro seria R$ 0,50 menor.