Gás mais caro em setembro

Outro aumento | Agora é a vez do preço do gás de cozinha impactar no bolso dos consumidores

Região – O efeito cascata do aumento de preços nos produtos essenciais parece não ter fim. Depois do aumento da energia elétrica, dos combustíveis e os alimentos, a bola da vez agora é o gás de cozinha. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Revendedores de Botijão de Gás do RS, na semana passada. Por enquanto, o preço médio na região do botijão de gás de 13 kg praticado pelos revendedores consultados está entre R$ 46 e R$ 50, diferença de 8%. Com o aumento que chegará aos 10%, o preço ficará entre R$ 52 e R$ 55 na região.

Uma das maiores revendedoras de gás da região, a Gás Steyer, de Sapiranga, comercializa 12 mil botijões todos os meses e o repasse do aumento será sentido no próximo mês pelos clientes. “Atualmente, o botijão de 13 kg é revendido por R$ 50 e com esse aumento, calculamos que o preço passe para R$ 55”, explica a empresária Fátima Steyer.

Os aumentos dos preços ocorrem em função de aumentos de custos, como os reajustes nos salários dos empregados, cuja data base é 1º de setembro. Segundo levantamento do Sindicato dos Revendedores de Gases em Geral do RS (Singasul), a maior parte dos associados já foi comunicada do aumento pelas distribuidoras. Na hora da compra é necessário dar atenção na estrutura física do botijão, pois podem apresentar alguma deficiência ou problemas relacionados ao peso.

Singasul orienta

“Esse reajuste sazonal sempre acontece em setembro e nossa orientação para os revendedores é o repasse integral dos preços, pois a revenda já trabalha com baixa rentabilidade, tendo em vista o mercado extremamente concorrido”, explica o presidente do Singasul Ronaldo Tonet.

Donos de restaurantes calculam impactos do aumento do gás

Entre aqueles que sentirão imediatamente o aumento no preço do botijão de gás estão os empresários do ramo da gastronomia. Entre os proprietários de restaurantes que estão calculando o novo aumento (mais um) de um item indispensável para o funcionamento do negócio está Toninho Dietrich, do Restaurante Bom Tempero, no bairro Sete de Setembro. “Faço um rígido controle das contas. Quando iniciei o negócio há dois anos atrás, pagava R$ 130 o botijão P 45. Atualmente, ele custa R$ 179. Aqui no Restaurante gasto nove botijões P 45 kg todos os meses (equivalente a 36 botijões de 13 kg). Terei um acréscimo médio de R$ 200 mensais – ou R$ 2.400 por ano”, revela o empresário.

Com tantos aumentos nos custos do negócio, Toninho se desdobra para manter o estabelecimento funcionando. “Não tenho como repassar o aumento de preço. Os clientes também sentem estes aumentos. Se antes almoçavam todos os dias no restaurante, na crise, passam a frequentar de forma mais ponderada o restaurante. Desta forma, não há escolha. É necessário reduzir custos”, explica Toninho.

Ordem é ficar atento ao mercado e pesquisar

Para o proprietário do Restaurante Cairú, Paulinho Strassburger, o aumento de até 10% no peço do gás de cozinha é significativo. “Considero bastante 10%. Utilizo no mês 12 unidades do gás tamanho P 45. No restaurante são utilizados dois fogões e um forno. Esse aumento acarretará na diminuição do lucro final. O detalhe é que não posso repassar este aumento”, comenta. Questionado sobre o que tem feito para se adequar ao momento desfavorável da economia, Paulinho revela. “Do início do ano para cá, acabei tirando um funcionário. No mais, é continuar pesquisando os melhores preços com os fornecedores e ficar atento nas oscilações do mercado”, afirma Paulinho.

Crédito da foto: Agência Brasil