Gargalos da rs–239 continuam sem prazo de solução

Espera sem fim | Após inúmeros pedidos das prefeituras, EGR tem nova posição sobre iluminação pública e construção de passarelas ao longo da RS-239. Prefeitos se mostram surpresos com negativa

Região – A escuridão em toda a extensão da RS-239 é uma das principais marcas da rodovia. E uma orientação jurídica repassada aos diretores da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) deixa cada vez mais distante o desejo de milhares de usuários em ver a principal ligação entre os municípios da região iluminada. Em entrevista exclusiva ao Jornal Repercussão nesta semana, o diretor-técnico da EGR, Milton Cypel, reforçou que a iluminação da rodovia compete às prefeituras. Citou ainda que a orientação repassada à EGR está apoiada em lei federal e que a empresa não tem obrigação de providenciar a iluminação.
A negativa da EGR na proposta de iluminar a RS-239 foi debatida na última reunião do Conselho Comunitário das Rodovias Pedagiadas (Corepe). O encontro, realizado em Parobé, provocou a ira de lideranças regionais que participaram do encontro. O presidente da Câmara de Vereadores de Campo Bom, Alexandre Hoffmeister (PP), e o vereador sapiranguense, Lauderi dos Santos (o Dico, do PT), fizeram duras críticas aos resultados da audiência. Quem também está contrariado com as colocações dos membros da EGR no encontro do Corepe da RS-239 é o prefeito de Campo Bom, Faisal Karam. “A direção da EGR precisa explicar para a sociedade qual a verdadeira realidade da RS-239. Diversos pontos estratégicos foram definidos em conjunto com os prefeitos, e agora, dizem que não será possível. Isso é um absurdo”, cobra o prefeito de Campo Bom.
Encontro em Campo Bom
Lideranças campo-bonenses buscam apoio para que o próximo encontro do Corepe/RS239 ocorra em Campo Bom. Alexandre Hoffmeister e o prefeito, Faisal Karam, estão entre os articuladores do encontro.
Presidência do Corepe pertence a Parobé
O prefeito Cláudio Silva, em nome do Corepe Trecho 2, enfatizou que a premissa de que a EGR não é a responsável pela  instalação da iluminação pública na rodovia não foi acolhida pelo Conselho e que, de acordo com a própria Empresa, ela está disposta a revê-la desde que o Tribunal de Contas dê parecer em acordo neste sentido. Quanto à fiscalização do Conselho, os debates e a transparência nas decisões são importantes ferramentas para que as obras se desenvolvam nos municípios envolvidos. Para discutir o andamento destas prioridades, foi marcado para o dia 16 de junho, às 10 horas, uma nova reunião, na Câmara de Vereadores de Parobé.
Caixa único e obras na RS
O presidente da Câmara de Vereadores de Nova Hartz, Valentin Melo de Thomaz, participou também do último encontro do Corepe e classificou a participação dos membros da direção como fiasco. “Eles não sabiam nem que há dinheiro em caixa para as obras necessárias”, revelou. O vereador reforçou a necessidade da EGR construir uma alternativa para o ingresso e saída de veículos do Município para a RS-239. “O tema do viaduto pode parecer um sonho. Mas, se ninguém cobrar, aí é que não acontece. Temos que lutar por isso”, falou. Valentin acredita que o recurso para a construção de um viaduto no acesso ao município existe. “Tem R$ 26 milhões em caixa. O que não pode são estes recursos pararem no caixa único do estado. Buscaremos apoios em outras instâncias para esta demanda sair do papel”, anunciou.
Sapiranga e Nova Hartz cobram melhorias
Além da iluminação, a Prefeitura de Sapiranga cobra a construção de uma rua paralela às margens da rodovia, que inicia no Pelotão da Polícia Rodoviária e vai até a Rua São Francisco. A prefeita Corinha Molling ainda reforçou a necessidade de se construir três passarelas no trecho de Sapiranga da RS-239. Questionado sobre estas demandas, o diretor-técnico da EGR revelou ao Jornal Repercussão que uma vistoria na próxima terça-feira (2 de junho) ocorrerá para avaliar cada uma das necessidades apontadas pela prefeita Corinha. “Algumas ruas na faixa de domínio da RS-239 iremos construir, como por exemplo, nas proximidades da divisa entre Estância Velha e Novo Hamburgo (onde uma concessionária de veículos abrirá sua loja) e na região da Feevale. Outras obras – como a de Sapiranga – serão avaliadas individualmente”, explicou Milton Cypel.
Em Nova Hartz, o diretor diz que a alternativa será construir uma trincheira. “Não será um viaduto. Construiremos uma espécie de túnel embaixo da estrada. Vamos contratar uma empresa para elaborar o projeto. Obra mesmo, só em 2016”, esclarece.  O diretor ainda revela a necessidade de readequar diversos itens do contrato de gestão que criou a EGR para que investimentos em passarelas, por exemplo, possam ocorrer, sem apontamentos do Tribunal de Contas do Estado (TCE).
Avenida próxima do IFSul e bndes
Outro pedido antigo da Prefeitura de Sapiranga junto ao governo estadual (mas, protocolado em outro órgão que é a Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional – Metroplan), é a construção e o asfaltamento de pouco mais de dois quilômetros de extensão da Avenida Carlos Gilberto Weis (duas pistas) em frente da Escola Técnica Federal. O andamento do projeto vem sendo cobrado pela Prefeitura desde 2013 e a tendência é que a proposta aguarde uma nova linha de financiamento através do BNDES. “Se a obra fosse colocada como prioridade, poderia ser agilizado o projeto. Vamos buscar atualizar os dados repassados para acelerar esta demanda”, garantiu a prefeita de Sapiranga, Corinha Molling. O custo total da obra é de R$ 2.178.978,74.
Instalação de radares
Pedido recorrente entre as Prefeituras da região é a instalação dos controladores de velocidade ao longo da RS-239. Sobre esta questão, o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) revela que as lombadas eletrônicas em frente da Calçados Beira Rio (desativadas desde o início de 2015 após o fim dos antigos contratos) voltarão a funcionar a partir do segundo semestre. O trecho de Sapiranga voltará a contar com oito faixas controladas pelos equipamentos (quatro por sentido). A fiscalização da PRE admite que após o desligamento dos aparelhos, se percebe que os motoristas têm passado acima do limite de 50 quilômetros por hora determinados no trecho.