FrutiBom é interditada após suspeita de intoxicação e empresa dá sua versão

Segundo Secretaria de Saúde do estado, empresa não possui licença para produção de picolés Foto: Divulgação

Sapiranga – Na última quarta-feira (21), o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES/RS), emitiu um alerta para o consumo de picolés da marca FrutiBom, de uma empresa de Sapiranga.

 

Em Xangri-Lá, no litoral norte, 176 pessoas procuraram atendimento médico entre o último sábado (17) e terça, conforme a secretaria municipal de saúde xangri-laense. Os pacientes, entre eles diversas crianças, apresentam sintomas de náusea, vômitos, dor abdominal e diarreia após a ingestão dos produtos. A principal hipóteses dos agentes de saúde do município é que a infecção tenha sido causada por uma bactéria, presente nos picolés da marca sapiranguense vendidos por ambulantes na praia.

 

Outra suspeita seria de infecção através da água, mas a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), após ser acionada, atestou a qualidade da água e não detectou nenhum problema nas amostras coletadas.

Há casos registrados e que seguem em acompanhamento nos municípios de Xangri-Lá, Cidreira, Imbé, Torres, Sapiranga, Gramado e Canela.

De acordo com secretaria de saúde do RS, empresa não possui licença para produção

Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a marca FrutiBom não possui licença para a produção dos picolés. Em nota, a pasta afirmou que “a partir da notificação, o Programa Estadual de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar do Cevs iniciou a investigação na segunda-feira (19). A Vigilância Sanitária do Estado também solicitou a interdição cautelar de todos os produtos (gelados comestíveis) da empresa Caliston Otoniel Oliveira (marca FrutiBom)”. Além disso, eles explicam que “a fiscalização do município na empresa já identificou que, além da falta da autorização, a empresa não realizava a pasteurização dos produtos (etapa obrigatória em indústria de gelados comestíveis).”

Sapiranga investiga

A Vigilância em Saúde do município de Sapiranga deu início às investigações ainda na semana passada, buscando a identificação da causa de gastroenterite apresentada em cidadãos. Foram coletados material biológico dos pacientes, água e produtos identificados como suspeitos. Segundo a comunicação da prefeitura, as vigilâncias municipais seguem atentas às possíveis causas de intoxicação.

Empresa garante a qualidade

Segundo o sócio-proprietário da FrutiBom, Cáliston Otoniel Oliveira, a empresa já solicitou um laudo de avaliação da qualidade dos picolés para identificar ou não a presença de uma bactéria no produto, e cujo resultado deve chegar até a próxima sexta-feira (23). Mesmo assim, Cáliston não acredita que seu alimento seja o responsável pelo surto. “Tem casos em toda a região do litoral, como Imbé, Cidreira, Torres, lugares onde meu picolé não vai. Mas o único lugar que sei que existem pessoas que vendem o nosso picolé é em Xangri-lá. Em Araricá e Nova Hartz a mesma coisa, existem casos e não tenho um vendedor que vá para estes municípios. Sei de relatos de pessoas que não comeram o picolé e estão com os mesmos sintomas. Outras pessoas me falam que comem todos os dias e estão bem”, declarou. Segundo o sócio da empresa, a sua empresa está sendo acusada devido a uma denúncia em Xangri-lá. “Na embalagem tem endereço, tabela nutricional, telefone, e através disso chegaram em mim. Tenho total consciência da minha produção, e a vigilância do município veio aqui e não encontrou nenhuma irregularidade”.