Fora de cena devido a pandemia, cinema público de Campo Bom tem contrato suspenso

por Fábio Radke

 

Campo Bom – As medidas de distanciamento social para inibir a proliferação da Covid-19 no período de pandemia levaram ao fechamento momentâneo do cinema localizado no complexo do CEI, uma das opções de lazer bastante prestigiadas pelos moradores. Com a ação definida por decreto e que se fez necessária com o surgimento dos primeiros casos confirmado do novo vírus no Estado, a estimativa a partir de dados do Departamento de Cultura é que mais de 8.197 espectadores deixaram de circular na sala de cinema nos meses de abril e maio. Sem a exibição dos filmes de diversos gêneros, em torno de R$ 48.340 mil reais deixaram de ser arrecadados na bilheteria somente nesses dois meses. Esse é o valor contabilizado nesse bimestre do ano passado. “Realmente fomos afetados com o fechamento da biblioteca, da escola de artes (que havia registrado recorde de inscrições) e do cinema público com valores seus acessíveis. No primeiro decreto o cinema já foi fechado”, disse a diretora geral de Cultura de Campo Bom, Renata da Silva. Vale lembrar que o fechamento já tinha entrado em vigor na metade de março. No ano passado, ao longo de todo o mês de março, o espaço movimentou 2.224 pessoas resultando em uma arrecadação de R$14.549,00. Em virtude do atual cenário da pandemia, ainda não há uma previsão para a retomada das sessões no CEI, a exemplo dos cinemas de todo Estado.

 

Contrato suspenso no fornecimento dos filmes

O cinema do CEI conta atualmente com duas salas. Uma delas é a comercial, enquanto a outra é voltada as escolas para assistirem alguma produção geralmente fora de cartaz. “O contrato para o fornecimento dos filmes foi suspenso. Os aparelhos de acessibilidade que estavam previstos para serem entregues agora também ficam para um segundo momento”, acrescenta Renata. Hoje, a coordenação do cinema fica a cargo de um profissional submetido a Secretaria Municipal de cultura. Uma equipe de aproximadamente cinco pessoas atuava no espaço e todos foram direcionados para outros setores. No último domingo, os amantes do cinema tiveram uma experiência diferente, com a promoção de duas sessões no estilo drive-in, com as pessoas acompanhando a exibição do filme de dentro dos seus carros.

 

Vendedor de pipoca lamenta a situação

O campo-bonense Romeu Rodrigues da Silva, de 70 anos, já se dedica ao ofício de pipoqueiro há dez anos junto ao Complexo do CEI. Ele afirma que jamais imaginou precisar fechar seu estabelecimento desta forma repentina. “Era imprevisível. Hoje eu e minha esposa estamos nos virando com somente com a aposentadoria de um salário mínimo”, disse. O comerciante não quis detalhar o volume de vendas que era atingido em um mês. “Não tem uma base. Isso mudava muito dependendo do filme que estava em cartaz”, acrescenta.