Flávio Foss vetará projeto da Câmara que nomeou estrada, mas que é local de preservação ambiental

Projeto de lei da Câmara nomeou de “Estrada das Araucárias” via que está dentro da Área de Relevante Interesse Ecológico

Araricá – “Vou ficar ao lado do meio ambiente neste caso”. Foi assim, se posicionando contrário ao Projeto de Lei Legislativo 6/2018, que denominava de Estrada das Araucárias, uma estrada na zona rural do Município, que o prefeito anunciou que vetará o projeto proposto pelo vereador Marcelo Madeira (MDB).O projeto foi aprovado por sete dos nove vereadores (Pedro Becker, Progressistas, votou contra a proposta, e o presidente, Ademir Pedro Kauztmann, MDB, pelo regimento interno, não vota). A aprovação ocorreu mesmo com a manifestação contrária do Núcleo Sócio Ambiental Araçá-piranga, que esteve na sessão da semana passada e orientou os vereadores a não aprovarem a medida.

Prefeito adianta decisão e aponta irregularidades

  • – Para o prefeito, Flávio Foss, a Estrada das Araucárias está dentro de uma Área de Preservação Permanente (APP). “Estou para receber o pessoal do Núcleo Sócio Ambiental que me dará mais subsídios para essa decisão. Mas, adianto que vou vetar. O Ferrabraz é uma área de preservação e qualquer geólogo sabe que o Morro Ferrabraz é um dos abastecedores do Aquífero Guarani, e toda a água da chuva é absorvida ali. Além disso, o Plano Diretor de Araricá prevê para aquela região uma barragem para captação de água, para no futuro, ser usada no consumo humano. Não posso deixar aquela região – se referindo a área da Estrada das Araucárias – concentrar muitas moradias”, esclareceu Foss.
  • – Além desse fato, o prefeito explicou que existe um inquérito no Ministério Público de Sapiranga que apura irregularidades na venda de chácaras junto ao Morro Ferrabraz. “Esse local é uma APP, mas estão vendendo chácaras objetivando apenas a parte comercial há anos. Não podemos aceitar isso. Precisamos preservar o meio ambiente. Não adianta querermos destruir tudo ao longo do tempo. Tomamos essa atitude antipática, mas no futuro pagaríamos o preço se não adotássemos medidas severas agora”, contextualiza Foss.

Lideranças comentam
Ademir Kautzmann, MDB

“O projeto foi polêmico, mas de grande importância, pois foi necessário conversar e tirar dúvidas. Temos a consciência de que é importante preservar a mata nativa. Temos irregularidades na venda, mas a área está vendida, e agora, os chacreiros querem os serviços”.

 

Pedro Becker, do Progressistas
“Fui, sou e serei contra qualquer projeto que infrinja a constituição brasileira. Quem deveria colocar luz e água é o rapaz que vendeu as chácaras. Leis foram transgredidas e não se trata apenas da denominação de uma rua, pois dando nome estaremos abraçando a causa.”