Fim do desconto nas contas de energia elétrica para casas de baixa renda assusta moradores da região

Região – Um decreto do governo do Rio Grande do Sul publicado ainda quando José Ivo Sartori era o governador tem deixado a população de baixa renda apreensiva. Ocorre que, agora, em 2019, a concessionária de energia elétrica RGE Sul anunciou que deixará de aplicar a subvenção que existia até 2018 nas contas de energia elétrica. Com isso, todos os clientes da RGE – independente se de baixa renda, se comércios, residências ou indústrias terão que arcar com o consumo de kWh consumido, excluindo qualquer política pública de subvenção que proporcione descontos na conta de energia elétrica.

O tema do fim da subvenção para a baixa renda no Vale do Sinos e cobrado pela RGE não é uma discussão isolada. Nas Câmaras de Vereadores, as lideranças partidárias também recebem pressão da população sobre o tema. “A maioria das contas dobrou os valores”, citou o vereador de Nova Hartz, Jamir Pelicioni (PSB) esta semana na Câmara. Em Campo Bom, Tiago de Souza (PC do B) também relatou que foi procurado. “Um aposentado, do Loteamento Renascer, me procurou e demonstrou sua preocupação”, citou o vereador.

O que a RGE Sul respondeu após ser questionada pelo Repercussão

A RGE acata o que é definido pela legislação tributária e do setor elétrico. As alíquotas de ICMS são estabelecidas na legislação tributária e as tarifas a serem beneficiadas são definidas pelo órgão regulador, a ANEEL. Questionada sobre quantos clientes de baixa renda possuía em Araricá, Campo Bom, Nova Hartz e Sapiranga, a concessionária não respondeu até o fechamento da edição impressa. Mas, na manhã da quinta-feira, 21, informou que o número total de clientes de baixa renda na região são de 2.195 (Araricá – 101; Campo Bom – 317; Nova Hartz – 469 e Sapiranga – 1.308).

Moradoras lamentam

A dona de casa Antonia Moreira, 52 anos, procurou ajuda na Câmara de Vereadores de Campo Bom para entender as razões para o aumento abrupto nas contas de energia.

Antonia Moreira, 52 anos

“Procurei o vereador Max (de Souza, do MDB) para entender os motivos desse aumento. A única mudança de equipamentos na minha residência foi uma televisão nova que comprei. Na minha casa moram eu, meu esposo, uma cunhada um cunhado e a minha filha. Com esse aumento vai onerar bastante os custos. Acredito que foi uma barbaridade aumentar tanto assim. Temos duas geladeiras e uma televisão. Não tem explicação. Porém, na casa do meu irmão (que não classificado como baixa renda) a conta de energia ficou no mesmo valor de pouco mais de R$ 137,00”, explica a campo-bonense, moradora do Jardim do Sol.

Em Nova Hartz, Vera Wagner também demonstrou sua insatisfação. “Foi um susto. Achei um absurdo, pois já pagamos muitos impostos e agora mais esse aumento para pesar no bolso”, disse a calçadista.