Filme de Bárbara Paz sobre Babenco é indicado para Festival em Veneza

Campo Bom – Ao perceber que não lhe restava mais muito tempo de vida, Hector Babenco disse a Bárbara Paz, “eu já vivi minha morte, agora só falta fazer um filme sobre ela”. A gaúcha, de Campo Bom, aceitou o desafio e realizou o último desejo do cineasta e companheiro, tornando-o protagonista de sua própria morte.

Babenco fez do cinema propósito para continuar vivendo. Entre tantos, dirigiu clássicos como O Beijo da Mulher Aranha e Pixote. Tell me when I die, ou Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou, é um filme de Bárbara Paz mas, também, de certa forma, a última obra de Babenco.

Em entrevistas a outros veículos de informação, Bárbara conta, “Hector queria ser visto como um homem que contava histórias”, e lembra que, à medida que editava o documentário, notou a importância do material que tinha. Tão importante que levou o filme a ser indicado para o 76º Festival Internacional de Cinema de Veneza, na mostra Venice Classics.

Bárbara soube da indicação quando recebeu um e-mail no dia 13 de julho, enviado pelos organizadores do Festival. Sem poder falar nada a ninguém, a diretora e atriz conta que, “foi uma felicidade abafada, pois eu não podia revelar até que o anúncio oficial fosse feito”, disse. A lista somente foi divulgada doze dias depois, em 25 de julho.

Prêmio de melhor atriz de teatro veio com a peça “Hell”, dirigida por Hector Babenco

Bárbara também coleciona premiações e indicações como atriz. Em 2003 recebeu o prêmio de melhor atriz pelo filme “Produto Descartável”, no Festival de Gramado. Já em 2006, a premiação veio no Festival de Cinema de Vitória, com melhor atriz pelo filme “Manual de como atropelar cachorro”, e mais recentemente, em 2011, recebeu o Prêmio Quem de melhor atriz de teatro pela peça “Hell”, onde foi dirigida por Hector Babenco. Além dos prêmios, Bárbara teve outras sete indicações. como atriz

Prata da casa

A atriz Bárbara Paz, que é campo-bonense, faz questão de salientar o carinho que sente pela sua cidade natal.
Em maio de 2017, no programa Altas Horas, da Rede Globo,
Bárbara contou um pouco sobre a sua infância no município e a homenagem que recebeu ainda em vida, tendo uma sala de cinema recebendo o seu nome na cidade (localizada no Complexo Cultural de Educação Integrada – CEI).

A atriz, é filha de uma tradicional família campo-bonense. Na infância, aos nove anos, começou a pintar esculturas de gesso e as vendia no centro de Campo Bom para ajudar na renda familiar.

Texto: Laura Blos

Foto: Divulgação