Feira do Agricultor de Sapiranga completa 32 anos

Sapiranga – Há 32 anos surgia um espaço especial para as famílias da zona rural de Sapiranga comercializarem na área urbana os seus produtos. O que começou com alguns poucos produtores, apoiados pelo Município, hoje é um local tradicional e consolidado do comércio de produtos coloniais e hortifrutigranjeiros da cidade: a Feira do Agricultor. Aberta ao público em 30 de março de 1985, a feira se transformou em ponto de encontro e de boas compras de produtos trazidos diretamente da zona rural sapiranguense, que dão um aroma típico da colônia. Este é o ambiente para quem frequenta nas manhãs de quartas-feiras e sábados a Feira do Agricultor em Sapiranga em busca de produtos fresquinhos, mais saudáveis e com o preço acessível em 28 espaços reservado aos produtores.

São dezenas de consumidores da cidade e região que compram semanalmente verduras, frutas, compotas, laticínios, carnes, embutidos, pães, bolachas, entre muitos produtos oferecidos. “O espaço é referência na cidade quando o assunto é produto colonial”, destaca a prefeita Corinha Molling, que, em suas visitas ao local, sempre destaca o trabalho feito pela Secretaria Municipal de Agricultura. “Para o agricultor a feira é um ótimo local de mercado para fomentar a renda familiar. Já para a comunidade, a feira tem um significado especial, representando a cultura do dia a dia dos sapiranguenses”, coloca o secretário municipal Valdes Cavalheiro de Araújo.

História contada

O aniversário da feira enche de orgulho a produtora rural de Picada Verão Patricia Roberta Scherer, 33 anos, herdeira da banca 22 do pai, Claudio Elmo Scherer, 68, um dos pioneiros do local. Ela lembra emocionada os relatos do pai sobre o início da feira. ”A feira já acontecia mesmo antes do espaço ser construído. Meu pai sempre conta que aos sábados pela manhã pegava sua Brasília, descia o Morro Ferrabraz em direção ao Centro de Sapiranga e estacionava em frente à calçada onde hoje acontece a feira para vender nata, schmier, batata e aipim.” Segundo Patricia, a empreitada despertou o interesse de outros produtores da região. “As vendas cresceram e passaram a acontecer em tendas instaladas na calçada onde hoje acontece a feira. Na época, o prefeito Waldomiro dos Santos (o Nenê) deu início à construção do prédio da Feira do Agricultor em parceria com os agricultores, que se uniram e realizaram a compra dos pilares que hoje dão a sustentação ao estabelecimento.”

Entre os pioneiros da Feira do Agricultor estão nomes como Claudio Scherer, Edmundo Wasem, Dari Blos, Valdemir Engelman, Germano Biehl, Ivo Kaeffer, Rubem Harf e Meno Müller.

Espaço comemorado

A produtora rural da localidade de Bela Hú Marcia Lutz, 55 anos, conta que é muito gratificante trabalhar na feira. ”Estou muito contente. Faz três anos que participo da feira. Nas quartas-feiras vendo os meus produtos na banca 4 e aos sábados divido espaço com uma colega na banca 12. Desde o primeiro dia da minha chegada já me identifiquei com o lugar. É o local perfeito para expor os produtos, ainda mais na parceria de colegas alegres e amigos, ingredientes fundamentais para o sucesso da casa.”

Passando por gerações, o casal de namorados Morgana Hoffmann, 18 anos, e Lucas Schmidt, 17, estão há um ano e dois meses à frente da banca número 20. ”Decidimos seguir os passos dos nossos pais e empreender na feira. Para isso tivemos que nos emancipar e só depois vender os produtos que nós mesmos produzimos. O nosso sustento é conquistado aqui, e é uma ótima oportunidade para começarmos as nossas vidas.”

“Precisamos dar continuidade a este trabalho. Manter os produtores mais antigos e também trazer os mais novos para a feira é dar continuidade à agricultura familiar. É através deles, no futuro, que se terá a garantia destes alimentos coloniais na mesa do consumidor. A Feira do Agricultor exerce um papel fundamental nesse ponto, oferecendo um local amplo e de qualidade para os agricultores comercializarem seus produtos”, destacou o diretor da Secretaria Municipal de Agricultura, Álvaro Alberto Haag.

Aprovação da comunidade

Consumir produtos coloniais de boa qualidade e fresquinhos é um dos motivos que faz o trabalhador autônomo e morador do bairro Oeste, seu Boa Ventura Neves Castanha, 59 anos, vir semanalmente à feira. ”Venho sempre aqui porque a casa é muito boa. Atendimento perfeito e produtos de boa qualidade.”

Já o pastor tabernáculo Leopoldo Rodrigues Ribas, 65, residente do bairro Santa Fé, considera a feira um local ideal até de convívio. ”O lugar é ótimo, ambiente de puro trabalho e honestidade. A Feira do Agricultor é um espaço importante, onde os agricultores compartilham com a comunidade produtos de qualidade e de ótima procedência.”

Sem dúvida, como espaço consagrado da agricultura familiar em Sapiranga (que também tem grande destaque na Festa da Colônia, que ocorre anualmente em julho), a Feira do Agricultor se tornou um patrimônio da cidade, um local de negócios, histórias e de preservação e perpetuação desta deliciosa marca das cidades do interior que são os produtos coloniais.

Fonte/foto: Comunicação/Prefeitura Municipal de Sapiranga