Famílias Palacios e Avanzi: mais de um século de peças circenses pelo mundo

Sapiranga – Os jovens Bryan Palacios e Rafael Avanzi, de 23 e 18 anos, respectivamente, trabalham no Circo Portugal, que esteve recentemente em Sapiranga, e são familiarizados com a vida circense desde que nasceram. 
Bryan é palhaço e formou-se em gastronomia. Porém, o mundo do circo não o deixou se afastar dos espetáculos para exercer a profissão. “Não somos nós que vivemos no circo, é o circo que vive na gente. Quem entra no mundo dos espetáculos não consegue voltar a viver na cidade”, conta.
Já Rafael é estudante do Ensino Médio e diz ter passado apenas duas semanas longe do circo, em toda sua vida. “Vivo no circo desde quando nasci. Quando tive que passar duas semanas longe, não aguentei”, resume.
Bryan conta que veio do circo Palacios. “Minha família chegou no Brasil há 150 anos. Herdei o dom de ser palhaço, como as últimas oito gerações da família Palacios”. A mãe de Rafael, Cristina Avanzi, diz que a profissão tem muitas vantagens. “Moramos em trailers e a cada mês que abrimos a janela, há um vizinho, uma paisagem e uma cidade diferente. Viajar é ótimo, você ganha para fazer turismo e arrancar sorrisos e aplausos”, conta.
Bryan, que já viveu na cidade e no circo, fala que as dificuldades de morar em um trailer são muito pequenas frente à alegria de viver em um circo. “A diferença é que quando chove nós precisamos cuidar para a lona do circo não cair. No restante, o circo sai ganhando de mil a zero”, ressalta.
Com as amizades
Outra dificuldade que os jovens têm em viver viajando é com as relações amorosas e de amizade. “Quando você faz amigos em um lugar, logo você precisa partir. E isso é ruim. Para casar, a pessoa vai ter que entrar no circo, porque não irei sair deste mundo jamais”, disse Rafael. Bryan diz que a única relação que consegue manter com os amigos quando viaja é através da internet.