Famílias devem sair de área particular ocupada em Sapiranga até quarta–feira, diz Justiça

A juíza Káren Rick Danilevicz Bertoncello, da 2ª Vara Cível da Comarca de Sapiranga, determinou no último dia 28 de maio que as famílias que ocupam desde o dia 2 de maio uma área de terras particular no Bairro Amaral Ribeiro, deixem o local até a próxima quarta-feira, dia 10 de junho. A decisão da justiça foi comunicada às lideranças do Movimento de Trabalhadoras e Trabalhadores por Direito (MTD), que lideram a ocupação, nesta quarta-feira (3). O Jornal Repercussão acompanha o caso com amplitude desde o seu início.
A líder do movimento, Juliana Camargo, afirma que o grupo já tem advogados trabalhando para tentar reverter a decisão judicial. “Nossa expectativa é que nossos advogados consigam a reversão da decisão. A gente sabia que poderia haver esse pedido de reintegração de posse. Ainda estamos tentando que a prefeita nos atenda ou que desaproprie a área de terras, que inclusive pertence à família dela”, disse a líder do MTD.
Juliana ainda frisa que as famílias se mantém firmes na área e que não há intenção de ocupar outras áreas de terras. “Temos cerca de 500 famílias no local, o que deve girar em torno de duas mil pessoas. Nem todos ficam aqui, pois alguns saem pra trabalhar durante o dia. A comunidade tem nos apoiado, visto a grande quantidade de doações que chegam. Alguns sindicatos também têm sido parceiros na causa”.
Prefeitura de Sapiranga dá a sua versão sobre o caso:
A Prefeitura de Sapiranga garante que dias após a ocupação, funcionários da Secretaria da Habitação foram até o local na tentativa de cadastrar famílias que ocupam a área de terra, mas os representantes do município foram barrados pelo MTD. 
Na ocasião, a assistente social da Secretaria Municipal da Habitação, Claudia Flores, disse ao Jornal Repercussão: “Nossa ideia era cadastrar as famílias para fazer uma análise das condições de cada uma delas, além de fazer um mapeamento para ver qual seria o próximo passo para auxiliar as pessoas com necessidades. Como não nos deixaram entrar para fazer o levantamento cadastral e verificamos que pessoas que sequer eram moradores de Sapiranga estavam no local, não tínhamos mais o que fazer”, disse Cláudia, acrescentando que foram também verificadas no local algumas pessoas que já haviam sido contempladas em outros programas habitacionais.  
A Prefeitura ainda frisa que a prefeita Corinha não irá falar sobre a ocupação por se tratar de uma área privada. Em nota, o município também cita os programas habitacionais desenvolvidos na cidade, como os 256 apartamentos do Residencial Centenário já entregues e as 101 novas casas que estão em construção no Bairro São Jacó. A Secretaria da Habitação ainda cita a negociação com empreiteiras locais para a realização de mais 416 moradias no Bairro São Luiz. Este último projeto, no entanto, sofre com a falta de repasse de recursos federais de acordo com a pasta.