Falta de professores na rede estadual de ensino preocupa estudantes e direções

Região – São vários e graves os problemas financeiros enfrentados pelo governo do estado. Uma área que não deveria ser vítima de qualquer tipo de ineficiência é a edução. Mas, infelizmente, é um dos setores que vem sofrendo com o pente fino realizado nas contas públicas estaduais.

O Jornal Repercussão fez um levantamento, em Campo Bom, Sapiranga, Araricá e Nova Hartz, para verificar quantos professores ainda faltam para completar o quadro de profissionais nas escolas estaduais dos municípios.

São, no mínimo, 24 profissionais que ainda não foram alocados nas escolas. O caso mais grave é em Sapiranga, no Instituto Estadual Coronel Genuíno Sampaio, cujo déficit são 10 professores. Falta um professor para o quarto ano e para as disciplinas de Biologia, Física, História, Geografia, Sociologia, Língua Portuguesa, Literatura, Matemática e Ensino Religioso.

Conforme a diretora, Suzana, não há previsão de normalização. “Estamos tentenado recuperar aos poucos, os vices estão indo para a sala de aula. Estamos priorizando os terceiros anos. Mas é muito complicado, quase desesperador”, revela.

Outras escolas que registram falta de professores, sendo dois em cada, são Instituto Estadual, Mathilde Zatar, Pedro Lenz e Willy Oscar Konrath.

Em Campo Bom, a escola Ildefonso Pinto está sem dois professores (história e geografia). La Salle registra falta de um para educação física.

Em Araricá falta um professor na José de Oliveira Neto. E em Nova Hartz são dois profissionais na Elvira Jost.

Problema no CIEP não é falta de professor, mas também é grave

O Ciep (Instituto Professora Nena), segundo a diretora, Margit Schwingel, pela primeira vez está com o quadro de professores completo.Ela, entretanto, salienta um problema considerado ainda pior. “Temos 28 alunos com necessidades especiais e uma psicopedagoga que tem 20 horas e divide essas horas conosco e uma escola de Araricá, ou seja, não consegue atender nem 5% dos nossos”, revela. Outra questão é monitor exclusivo para um aluno com dependência total, física. “Desde o ano passado na luta, e há duas semanas recebi um emprestado, que ficará até o estado liberar outro”, explica.

SEDUC diz que vai resolver

A Secretaria Estadual de Educação e a 2ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) explicam que estão promovendo uma reorganização do quadro de professores das escolas da região e que todas as disciplinas onde há falta de professores serão analisadas e resolvidas. ”Até o momento, já foram autorizadas contratações temporárias de 16 novos profissionais e 67 educadores tiveram ampliação de carga horária para suprir a demanda”, destaca a nota enviada à redação, que segue: “Na impossibilidade momentânea de contar com um profissional da área em determinada matéria, a orientação da Seduc é que as aulas transcorram com o remanejamento dentro do próprio quadro de recursos humanos”, diz o texto.

Sobre a recuperação das aulas, a direção de cada escola pode estabelecer um cronograma.

Sobre o número exato de profissionais a serem contratados, a Secretaria afirma não ter, pois, segundo a pasta, a reorganização do quadro de professores e a análise dos recursos humanos, de cada escola da região, ainda está sendo realizada. Enquanto isso, são os alunos que arcam com as consequências de não ter professor em sala de aula. “Para nós, alunos, é uma situação muito ruim não ter professores, principalmente agora que precisamos prestar vestibular no final do ano, muitos de nós só temos este tempo de estudo, pois trabalhamos o dia todo e alguns até em finais de semana”, salienta uma aluna do terceiro ano no Genuíno. “É uma situação chata que se vê a anos. A falta de professores nos preocupa como também prejudica muito, pois muitos gostam da disciplina e pretendem fazer ENEM, ou alguma prova importante e não tem o conhecimento da matéria. Eu estou no segundo ano do ensino médio. É muito importante ter estas disciplinas pelo aprendizado, e nos afeta muito a chegada de professores no meio do ano ou até mesmo no final do segundo trimestre”, revela Marieli Azevedo, 16 anos, aluna do Ildefonso Pinto.

Texto e Fotos: Sabrina Strack