Faisal Karam toma posse na Assembleia Legislativa e trabalho focado na educação deve direcionar mandato como deputado

Faisal Karam já ocupa sua cadeira no plenário da Assembleia Legislativa Foto: Joel Vargas/AL

Na última terça-feira (23), Faisal Karam (PSDB) tomou posse como deputado estadual para exercer o mandato até o fim da legislatura que se encerra em 31 de dezemrbo do próximo ano. O ex-prefeito de Campo Bom, primeiro suplente na eleição de 2018, quando conquistou 23.693 votos, assume a vaga deixada pelo deputado Luiz Henrique Viana, que será Secretário Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura. Depois de encerrar a trajetória na prefeitura de Campo Bom, Faisal teve passagens pela Prefeitura de Novo Hamburgo, quando foi secretário de Obras e, mais recentemente, estava no comando da Secretaria Estadual de Educação. Faisal conversou com exclusividade com o Grupo Repercussão e projetou o novo desafio.

Jornal Repercussão: Como você avalia sua gestão junto à Secretaria de Educação? Quais as principais realizações?

Faisal Karam: Quando assumimos a secretaria, passamos a lidar com diversas situações e também passamos a cumprir um ritual que o Tribunal de Contas apontava, com várias situações irregulares, desde 2015, que apresentava uma folha de pagamento gigantesca, com várias inconsistências, sem a real necessidade. Só para ter uma ideia, de 2018 para 2021, são oito mil matrículas a menos de professores. Também detectamos cerca de 120 mil alunos fantasmas dentro do sistema, que não estão dentro da sala de aula e que geravam um prejuízo na casa de R$ 890 milhões aos governos Federal e Estadual. Entre as principais realizações, podemos destacar a parceria com a Google, priorizando uma nova formatação de aula presencial e remota. Junto com isso, fizemos uma formação digital para 40 mil professores. Também é importante ressaltar a parceria com a Assembleia Legislativa e a destinação de recursos para ampliação da capacidade de acesso à telefonia móvel para os alunos e familiares. Isso permitiu que pudéssemos ter um controle da efetividade do professor e também do aluno. Isso eu considero como mais importante e que vai ficar para o futuro: a mudança de cultura. A tecnologia precisa ser entendida nesse novo formato.

JR: Agora, no novo desafio como deputado, quais as principais metas para o mandato?

FK: Em questão de pouco mais de dois anos, eu aprendi a me apaixonar pela educação. Todos aqueles números positivos que tínhamos no período em que estive na prefeitura, com todos os investimentos na área da tecnologia, o Estado também está fazendo. Percebemos que a formação dos jovens não fala com a realidade do mercado de trabalho e é nesse ponto que devemos focar os investimentos. É o mercado de trabalho que precisa dizer o perfil de jovem que eu preciso formar na educação.

JR: Você tem uma ligação muito forte com o Vale dos Sinos. Essa região receberá uma atenção especial no seu mandato?

FK: Não poderia ser diferente, até porque estou morando em Campo Bom há mais de 30 anos, estive prefeito da cidade por oito anos e agradeço a todos que confiaram no nosso trabalho. Eu tive a oportunidade de circular por muitos municípios e posso dizer, sem constrangimento nenhum, que chama a atenção no Vale dos Sinos a falta de vocação para outras atividades. O calçado demanda muita mão de obra e a agricultura, por exemplo, demanda muita capacidade de expansão de terra, o que na nossa região, infelizmente, não tem essa possibilidade. Então nós temos que trabalhar na tecnologia, na modernidade, na inovação e nos parques tecnológicos. E para isso, cada vez mais, nós precisamos de alunos qualificados se não haverá uma achatamento cada vez maior nos salários dessas pessoas. Vamos ter que sentar com os empresários e conversar com eles para que mantenham seus negócios no Estado e dar condições para que isso seja possível, com preparação da mão de obra.

JR: E como pretende realizar a aproximação com os prefeitos da região e de todo o Estado?

FK: Estamos já trabalhando em um projeto junto com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico para retomar encontros nas coordenadorias regionais de desenvolvimento econômico. Isso muito porque constatamos que, infelizmente, todas aquelas mobilizações feitas pelas associações de municípios no passado elas continuam, mas sem a intensidade de anos anteriores. Isso acontece em virtude da preocupação dos prefeitos com questões financeiras e não conseguem buscar, de forma associativa, soluções que sejam comuns para todas as cidades. Questões como a destinação do lixo doméstico e a municipalização da água são questões que precisam ser encaradas. Chegou o momento dessas discussões com os prefeitos, com as associações regionais, de fortalecer decisões que beneficiem as cidades a médio e longo prazo. Irei trabalhar com olhar para o desenvolvimento econômico atrelado à educação. Vamos priorizar  o desenvolvimento da nossa região. Precisamos mostrar resultados à população.