Estiagem no Rio Grande do Sul é responsável por graves efeitos no setor agropecuário

Agricultor Celson Weber Mello, localidade Vila Mônaco, Campo Bom. Foto: Arquivo Pessoal

Por Caroline Waschburger

Região – Acompanhada da crise causada pela Covid-19, a estiagem tem sido responsável por efeitos avassaladores no setor agropecuário da região. De acordo com Sirio Baum, coordenador da Defesa Civil de Sapiranga, existem localidades no bairro Porto Palmeira onde até mesmo a água dos poços secou, e foi necessário o auxílio da Defesa Civil em parceria com a Prefeitura para que as famílias tivessem acesso às caixas de água durante este período.

Em Campo Bom, segundo Claudinei Baldissera, coordenador da Emater no município, “não há muito o que fazer a não ser conviver com a situação climática. O que a Emater sempre trabalha, independentemente de haver estiagem ou não, é a questão do manejo de solo, utilização da adubação orgânica nos cultivos, já que eles dão conta da retenção e armazenamento de água no solo e utilização de plantas de cobertura de solo”. Por causa da falta de chuvas, nem mesmo os reservatórios feitos para armazenamento da água das chuvas estão dando conta do recado, e muitos agricultores precisam contar com o abastecimento periódico de água para irrigar suas plantações. Isso se dá através de uma ação da Emater juntamente à Prefeitura de Campo Bom.

Perdas em Sapiranga

Em Sapiranga, o coordenador da Emater, Mateus Farias de Mello, apontou que, até o dia 30 de abril, apurou-se cerca de 35% de perda no milho grão, 50% no milho silagem e 50%, em média, no feijão. A horticultura também deve apresentar entre 35 e 40% de perda em relação ao ano anterior. Até mesmo a produção de leite (bovinocultura) aponta cerca de 30% de perda, e a citricultura ainda deve apresentar até 80% de perda. A produção de cana de açúcar também deve sofrer uma perda de cerca de 25% com relação a 2019. A Emater também está buscando auxiliar os agricultores na questão da irrigação dos plantios, porém evitando visitas por conta da Covid-19.

Perdas em campo bom

Campo Bom tem registrado perdas significativas, principalmente na cultura do milho. Segundo Claudinei Baldissera, coordenador da Emater em Campo Bom, há uma queda de 50% da expectativa inicial. “Na produção de hortaliças há uma redução de 30 a 40%”, diz. Nota-se que há uma redução de 30% na redução da demanda de semeadura de novas mudas, comparando-se com uma época de clima normal. Há também um registro de perdas de 80 a 90% nas pastagens nativas e expectativa de, no mínimo, 30% de queda na produção de citrus.