Estátua de Genuíno Sampaio, no Ferrabraz, continua sem cabeça

Saco plástico protege a obra de novas vandalizações e deteriorações Foto: Henrique Ternus

Sapiranga – A estátua em homenagem ao Coronel Genuíno Sampaio segue sem cabeça. O monumento, localizado nos pés do Morro Ferrabraz, ao lado da sede da Associação Gaúcha de Voo Livre (AGVL), foi vandalizado em março, e agora está protegido por um saco plástico. A placa ao lado, com informações sobre a história do militar e da obra, está depredada com pichações.

 

Segundo a prefeitura do município, as secretarias de Indústria, Comércio e Turismo, de Planejamento, Habitação, Segurança e da Educação, Cultura e Desporto estão trabalhando juntas no Edital 01/2020 FRBL (Fundo para Reconstituição dos Bens Lesados-RS), publicado pelo Ministério Público, para conseguir uma verba de R$ 4 milhões, que prevê a restauração da estátua do Cel. Genuíno Sampaio, além da construção de uma praça com pergolados e estacionamento no local. Além disso, através do edital, as pastas pretendem fazer melhorias na Cruz da Jacobina, com a implementação de uma rampa com acessibilidade até a cruz, além de uma restauração na Lápide dos Mucker, no Cemitério Amaral Ribeiro, e da reconstrução da Casa Johann Schmidt. Ainda de acordo com a prefeitura, caso o município não obtenha os recursos do edital, a verba para reconstrução da estátua e cercamento será providenciada nos cofres públicos da cidade. A colocação da cabeça da estátua, assim como seu cercamento (para evitar futuras depredações), terá o valor de R$ 13.401,00. A data para implantação das reformas, entretanto, depende do andamento do edital.

 

“Condenável e criminoso”, avalia secretário Cassel

Em 2016, a estátua havia sido vandalizada e teve sua cabeça arrancada. Em 2019, o monumento passou por um processo de restauração. A prefeitura contratou o artista e professor de arte, Eduardo Rick Martins, que realizou o trabalho de recuperação da escultura. A nova cabeça foi moldada em argila conforme o modelo e fundida em resina. Já o corpo do monumento foi restaurado com resina, procurando manter a textura existente, e repintado nas cores originais. Além disso, a base e as placas de identificação também foram revitalizadas. Em março deste ano, a cabeça foi novamente arrancada da estátua.

Segundo o secretário de indústria, comércio e turismo do munícipio de Sapiranga, Marco Cassel, o ato é um crime contra a história do munícipio. “É lamentável ver um patrimônio ser destruído assim, de forma condenável e criminosa. Infelizmente, essas pessoas não valorizam a história dos sapiranguenses, mas certamente é uma minoria”, afirma.