Estado vê aprovada proposta que congela salários de servidores

Ajuste fiscal | Sob argumento de que o Estado não pode gastar mais do que arrecada, maioria dos deputados aprova LDO

Região – O cinto das finanças estaduais que estava apertado ficará ainda mais. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) do governo estadual para 2016 foi aprovada essa semana. O principal reflexo é o congelamento salarial dos servidores públicos. Emendas apresentadas pelos deputados de oposição ao atual governo e que elevavam para até 15% o reajuste salarial de algumas categorias do serviço público foram facilmente derrotadas pelos deputados que integram a base do governo José Ivo Sartori (PMDB).

Diversas entidades e sindicatos de servidores (dos professores aos magistrados) marcaram presença na Assembleia Legislativa na tentativa de convencer os deputados a não aprovar o chamado arroxo salarial dos servidores públicos.

Entre as entidades que se manifestaram contrárias ao congelamento dos salários dos servidores públicos está a Associação dos Juízes do RS (Ajuris). Em nota, a entidade classificou a aprovação da LDO como engessamento de política pública. O CPERS, sindicato dos professores, rotula a aprovação da LDO como desrespeito e descaso com os funcionários públicos. A UGEIRM, que congrega os escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil disse que a LDO aprovada é uma política de desmanche do serviço público.

Nem mesmo a inflação será reposta pelo governo

Entre os itens mais prejudiciais conforme o Sindipol/RS, está o congelamento dos salários, que não terão sequer a reposição da inflação acumulada. O chamado crescimento vegetativo da folha, de 3%, contempla apenas benefícios assegurados de forma automática, como por tempo de serviço, por exemplo. Outra crítica do Sindipol/RS está relacionada à rejeição pelos deputados governistas da convocação dos 661 concursados aprovados da Polícia Civil e cerca de 2 mil aprovados da Brigada Militar.

Entidade diz que servidores estão com sentimento de desprezo

Para o presidente da Associação dos Sargentos Subtenentes e Tenentes da Brigada Militar (ASSTBM), Aparício Santellano, não é com este tipo de posicionamento que o governo irá qualificar a segurança pública. “Os servidores da segurança pública estão sendo mal tratados. É um sentimento de desprezo dos policiais em uma área tão sensível. Manteremos a mobilização e que o nosso pleito sirva de alerta para o governador se sensibilizar com os nossos pedidos”, disse.