“Esse vírus é uma praga”, relata sapiranguense que tem na família morte e possíveis infectados por Covid-19

Sapiranga – Um relato agonizante do sapiranguense Marcos Cardoso Moreira (foto) circula pelas redes sociais durante essa quarta-feira (22). No vídeo, Moreira está no Cemitério de Taquara onde participa do sepultamento do seu irmão mais novo, Maicon Cardoso Moreira, 33 anos, que faleceu com suspeita de Covid-19. Ontem, terça-feira (21), Marcos já esteve em Taquara para sepultar o seu pai, Arno Cardoso Moreira, 78 anos, que positivou no exame de coronavírus. A mãe de Marcos, Rosa Maria Moreira (resultado positivo para Covid-19), 73 anos, e um outro irmão também estão hospitalizados. ATUALIZAÇÃO: Cerca de 10 minutos após a publicação desta matéria, às 19h desta quarta-feira (22), Rosa Maria Moreira ganhou alta no Hospital Sapiranga.

“Quero agradecer ao belíssimo tratamento que o Hospital Sapiranga deu ao meu pai e ao meu irmão. E que estão dando ao Marcelo (outro irmão) e a mãe, que estão baixados. Estamos com um problema sério, somos uma família grande, de 11 pessoas”, disse Marcos. “Não sei se também não estou infectado. Peço encarecidamente aos vereadores e a prefeita de Sapiranga que liberem o kit-covid, a cloroquina”, frisou o sapiranguense, que ressaltou ainda que “esse vírus é uma praga”.

Por enquanto, o falecimento do caçula da família é tratado no sistema de saúde como suspeito de Covid-19, aguardando apenas o Centro de Operações Especiais do RS se manifestar. O paciente de 33 anos tinha histórico de asma brônquica e o único teste realizado no sábado (18) deu negativo. Porém, a tomografia realizada antes da morte indicou suspeita Covid.

Conforme Carine Cardoso, irmã de Marcos, o pai (Arno) tinha problemas no coração, pulmão e era hipertenso. Acabou não resistindo ao Covid-19.

A Secretaria da Saúde de Sapiranga informou ao Jornal Repercussão que monitora de perto a situação da família e também emitiu a seguinte nota: “Dia 17/07/2020, recebemos um informe da Sociedade Brasileira de Infectologia, onde foram analisados estudos científicos com no uso da Hidroxicloroquina e baseado nos resultados, foi desaconselhado a utilização da medicação por não haver diferença de evolução da doença entre quem utilizou e quem não. Entre quem recebeu e não recebeu a medicação. Inclusive foi salientado, claro, os efeitos colaterais de tal medicamento.

A sociedade Brasileira de Infectologia e Pneumologia, são contrários ao uso de hidroxidocloroquina em qualquer fase do tratamento da COVID-19. Esta medicação não apresentou nenhum benefício aos pacientes que fizeram uso, pelo contrário, algumas apresentaram problemas por utilizar a medicação. Infelizmente, até o momento, não se tem nenhuma medicação que possa prevenir a COVID-19, apenas o distanciamento social e se evitar o contágio, são os meios que se comprovaram efetivos para evitar óbito de pacientes.

Infelizmente o que aconteceu com o familiar do homem do vídeo foi uma fatalidade que está ocorrendo no mundo inteiro. Não há tratamento pra eliminar o vírus. Somente tratamento de suporte”.