Especialista em gestão financeira traz dicas de como sair da inadimplência e investir com valores baixos

Entra ano, sai ano, a preocupação de muitos, principalmente nestes primeiros meses, são as dívidas. Segundo dados do Serasa Experian, até novembro do ano passado, 63.840.968 brasileiros se encontravam inadimplentes por conta de alguma conta atrasada ou negativada. Ainda segundo a publicação, cada um dos que se encontram na lista tem cerca de 3,5 contas não pagas.

O Rio Grande do Sul ainda está bem colocado, ocupando o segundo lugar do ranking de adultos menos endividados, com 34,7% da população possuindo alguma dívida, atrás apenas do Piauí com 33,2%.

Na nossa região, os números são bem diferentes entre si. Segundo dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Campo Bom, a cidade encerrou 2019 com 7.215 pessoas inscritas no SPC – 308 pessoas jurídicas e 6.907 pessoas físicas – o que representa cerca de 15% da população maior de 18 anos.

Em Sapiranga, segundo dados do SPC repassados pelo CDL, são cerca de 26.433 inadimplentes, o equivalente a 43,3% da população do município maior de 18 anos. Ainda, os dados apontam que a maior parte dos inadimplentes (24,56%) estão na faixa etária entre 30 e 39 anos.

Segundo a especialista em Gestão Financeira, Aline Nast Lima de Lemos, o principal motivo para a inadimplência é o descontrole financeiro e falta de gestão financeira dos seus recursos.

“Sempre é mais vantajoso pagar à vista”

Entrevista: Aline Nast Lima de Lemos, profª da Universidade Feevale.

Segundo o SPC, pouco mais da metade (52,8%) dos brasileiros inadimplentes têm dívidas em atraso de até R$ 1.000. Por conta disso, pedimos dicas da professora do curso de Gestão Financeira da Universidade Feevale, Aline Nast Lima de Lemos, para lidar melhor com o dinheiro.

Jornal Repercussão – Que dicas podemos dar aos inadimplentes para que consigam economizar?
Professora Aline – Primeiramente, é necessário o conhecimento e a organização. Conhecer e aprender como você destina os seus recursos, se bem ou mal e posteriormente se organizar, traçar objetivos e metas para a destinação dos seus ganhos e verificar maneiras para potencializar os ganhos.

Jornal Repercussão – Com o dinheiro na mão, o que é melhor fazer? Pagar à vista, parcelar ou renegociar?
Professora Aline – Sempre é mais vantajoso pagar à vista.

Jornal Repercussão – Como evitar a inadimplência, e qual a melhor forma de comprar para não comprometer o orçamento?
Professora Aline – Para evitar a inadimplência é preciso acompanhar as entradas e saídas de recursos constantemente. Ë essencial desenvolver e acompanhar um orçamento. A melhor forma de compra é à vista, desde que se tenha de fato sobra de recursos no mês, bem como que esse gasto não comprometa o seu caixa nos meses futuros.

Jornal Repercussão – Com as dívidas quitadas, as dicas para economia mudam? Qual a melhor forma de usar o dinheiro, investir?
Professora Aline – As sugestões para gestão financeira familiar em si não mudam com as dívidas quitadas. A melhor forma de se destinar o dinheiro é em investimentos, pois se espera que estes gerem renda futura.

Veja mais algumas dicas da professora:

Dicas para ajustar no financeiro

Segundo Aline, as dicas básicas e chaves para ajustar a sua gestão financeira pessoal são:

1. Anote os seus gastos;
2. Determine metas;
3. Desenvolva o seu orçamento;
4. Converse com a família sobre o orçamento;
5. Reduza os gastos não necessários;
6. Amplie as formas de geração de renda;
7. Negocie as dívidas e sempre priorize as com maiores juros;
8. Pesquise antes de comprar.
9. Avalie constantemente o seu orçamento.

Investindo com R$ 100,00

1 – Poupança. A tradicional caderneta de poupança é um dos investimentos para começar com 100 reais;
2 – Títulos públicos do Tesouro Direto. Os títulos públicos do Tesouro Direto estão entre os investimentos mais acessíveis do mercado;
3 – Fundos de investimento;
4 – CDB;
5 – Ações.