Esforço e dedicação antes do desfile chegar na avenida

Sapiranga – Cores, brilhos, texturas, alegria e muito samba no pé. É assim que o Carnaval 2013 está sendo preparado no município de Sapiranga pela escola Leões do Ferrabráz, sendo este o ano de sua estreia na avenida. 
Idealizada no final da edição passada do carnaval sapiranguense, a nova escola de samba é caracterizada por ter uma base familiar na sua construção, participação e principalmente execução. Tendo seus fundadores dissidentes da antiga escola Império das Rosas, a Leões comemora no próximo dia 10 de fevereiro um ano de fundação, embora ainda não tenha desfilado.
As pessoas que estão engajadas neste projeto são de diversos municípios, alguns que já participavam de outras escolas, além de pessoas que iniciaram a vida carnavalesca este ano. Muitos deles participam diariamente das produções, trazendo seus filhos, pais, e diversas pessoas que tornam o espaço, além de profissional, muito familiar.
Apesar das dificuldades que uma escola de samba passa no seu primeiro ano, algumas parcerias formadas ao decorrer de conversas e oportunidades, fazem com que o desenvolvimento de todos os produtos sejam de melhor qualidade e até surpreendam no momento do desfile. Um bom exemplo é o tema enredo deste ano. A Leões do Ferrabráz ganhou o seu tema de Gustavo Barros. Ele já compôs até para a tradicional escola carioca, Grande Rio.
Ele explica o surgimento – “Leões do Ferrabraz, foi uma realização da minha família e de amigos que ao longo  dessa caminhada ajudaram e foram fundamentais para a realização deste sonho. Vamos apresentar um carnaval para corresponder e até superar as expectativas do grande público. Somos um escola nova, mas não vamos dever para nenhuma que já tenha uma maior caminhada”. – Edson Oliveira (Presidente da Agremiação)
Nem tudo são flores…
Como em todos os segmentos, o carnaval também traz suas frustrações. Algumas ideias iniciais têm que ser mudadas em datas próximas ao dia da apresentação, como a troca de material e adaptações, em função das expectativas iniciais financeiras não serem alcançadas. 
O carnavalesco da escola, Israel Ávila, afirmou que muitos fatores atrapalham a construção de um bom desfile e ressalta que a comunidade poderia ser mais participativa – “Fazer carnaval em Sapiranga é bem mais complicado que fazer em outras localidades. Não temos dificuldade em mão de obra e nem tanto em material. O que falta aqui é o reconhecimento da comunidade ao nosso trabalho, pois pensamos o carnaval o ano inteiro.” – afirma.
Mesmo assim, Israel afirmou que todo trabalho é gratificante e além de desenvolver o trabalho prático, existe um outro tipo de abordagem que também é feita neste período – “Aqui também somos todos um pouco psicólogos. Temos mais de 350 integrantes, ou seja, 350 egos diferentes. Um quer mostrar o corpo, ou nem tanto, um que quer usar uma cabeça mais alta, outro não. Isso é um grande desafio, mas no final é recompensador” – finaliza.
Muita música e samba no pé embalam os integrantes da escola e a comunidade que gostam desse segmento, no Parque do Imigrante em sextas-feiras e em sábados à noite. Os ensaios são abertos e assim como a sede, recebe famílias e pessoas de todas as idades.