Empresas locais sentem a escassez de matérias-primas e projetam 2021

Região – A pandemia do coronavírus provocou uma desarticulação do setor industrial e de logística em escala global. Consequentemente, as empresas começaram a sentir os reflexos da falta de matéria-prima devido, que em sua grande maioria, dependem da importação de insumos originários da China.

Um dos responsáveis pela madeireira Vila Rica, de Sapiranga, Celso Salitél Filho, confidenciou que ainda se nota uma dificuldade nos setores de aço, compensados, madeiras de lei, e alguns insumos que são importados da Europa. “Por exemplo, os discos de cortes usados em pedreiras da região. Muitos desses itens vêm da Alemanha e, lá, as fábricas ficaram fechadas muito tempo. Consequentemente, é um produto que está faltando no mercado, dificultando a extração de pedras”, analisa o empresário.

Mas, a dificuldade de determinado setor acaba favorecendo os negócios em outros segmentos. O setor de tijolos cerâmicos, por exemplo, registra alta demanda por tijolos, o que fez os preços subirem nos últimos meses. Outros setores como o de vidros e de móveis também sentem o desabastecimento.

Setor vidreiro e de móveis sentem desabastecimento

Empresas que trabalham com soluções em vidros (instalação de guarda-corpos, boxes de banheiros e janelas) sentiram os reflexos da desarticulação da cadeia produtiva e de logística. Na Ideal Vidros, de Sapiranga, entre as matérias-primas que mais reduziram a oferta estão o vidro e os perfis (estruturas de alumínio utilizadas para fixar portas, janelas e demais produtos instalados pela empresa). A expectativa da empresa é que o fornecimento se normalize no transcorrer de 2021.

No setor moveleiro, a Móveis Dolvino, de Sapiranga, revelou que a oferta de chapas de MDF caiu consideravelmente. A consequência foi a limitação da venda do material para as empresas. “Conseguimos comprar, mas em quantidade inferior ao habitual. Além disso, alguns tipos de ferragens para móveis também sentimos a falta. A madeira bruta também está bem difícil”, cita Luã de Souza.

Em outro segmento da economia (o setor têxtil), a Mared Têxtil, de Sapiranga, logo no início da pandemia, se precaveu e buscou fortalecer os estoques, conforme explica o empresário, Márcio Hartz. “Direcionamos capital de giro para fortalecer nossos estoques de matéria-prima. Mas, conversando com outros empresários, identifiquei que faltou insumos em outros setores da cadeia produtiva. No meu setor (o têxtil), o fornecimento se encaminha para uma normalização”, pondera Hartz.

Foto: Carlos Alberto Silva