Empresas de transporte escolar sofrem com a crise e buscam soluções com o poder público

No dia 06 de abril, vans e ônibus dirigiram até Porto Alegre para solicitar o adiamento do pagamento do IPVA - Foto: Leitor.

Sapiranga – Os impactos no dia a dia de muitas empresas e trabalhadores, causados pelo Covid-19, mostram a necessidade de debates sobre ações de amparo econômico à população. Um dos setores que mais sofre com a crise é o de transporte escolar e turístico. No começo de abril, centenas de motoristas de vans e ônibus se uniram em um protesto para solicitar o adiamento do pagamento do IPVA no Estado, o que foi negado pelo governador Eduardo Leite.

Agora, o setor se organiza em Sapiranga para pedir medidas para o enfrentamento da situação econômica atual. Na sessão da Câmara, do dia 22 de abril, o vereador Alvaro Schonardie, o Tio da Topic, defendeu a importância de olhar para a categoria e afirmou estar organizando uma solicitação ao Executivo para o apoio, seja através de uma linha de crédito, ou outra ação que auxilie o setor durante o período de quarentena das escolas e universidades.

“Estamos desde março parados, não é justo cobrarmos dos nossos clientes as mensalidades dos alunos que não transportamos, porém o financiamento das nossas camionetas continuam a bater em nossas portas. Muitos, provavelmente, com três prestações vencidas perderão seus veículos por busca e apreensão, então é uma situação bem crítica para esta comunidade dos transportadores escolares”, argumentou Alvaro na tribuna.

Cooperativas possuem linhas de crédito e capital de giro que podem amparar empresários

Sicoob – Capital de Giro – Prazo de até 48 meses e carência de até 90 dias, não possui valor máximo ou mínimo pré-determinado e conta com taxas a partir de 0,62 + Selic
Crédito Programa RS TER – O valor máximo é de R$50.000 com prazo de 24 meses e carência de até 90 dias. A taxa é de 1%.

Sicredi – Capital de Giro – O prazo de quitação e de até 60 meses, com carência de até 24 meses (ou conforme necessidade). Não há valor pré-determinado e as taxas podem ser consultadas na cooperativa. Crédito e condições sujeitos à análise.

Setor já tem redução de empregos

Jaqueline Hönig, da Hönig Service, conta que o período não está sendo fácil. “Não sabemos como será o cenário. Março iniciou com a expectativa de um ano bom, era isso que se desenhava, mas não chegamos a fechar o mês. Amanhã (30 de abril) está fechando 40 dias em que estamos parados”, conta.

Os gastos com impostos também pesam na hora de organizar as contas durante o período. “Temos altos custos com encargos, impostos, manutenção. Em janeiro e fevereiro sempre nos organizamos para realizar as manutenções, as vistorias dos veículos, da Metroplan, para manter a empresa em dia com os encargos e tributos, e estes valores são altos”, explica Jaqueline, que ainda fala sobre como está levando as finanças:“Estamos nos organizando com o fluxo de caixa que tínhamos. Teremos uma reunião com a assessoria contábil para decidirmos como seguiremos, se iremos investir em um novo capital de giro”. O futuro ainda é incerto e traz preocupações. “Já precisamos reduzir funcionários e talvez tenha mais redução, porque são pelo menos mais 30 dias sem entrada de capital”, conta.