Empreendedores cobram da Câmara medidas para evitar colapso em Campo Bom

 Campo Bom – Representantes de diversos segmentos econômicos e donos de comércios cumpriram agenda na Câmara de Vereadores na terça-feira (9), como forma de pressionar as lideranças políticas municipais a se posicionarem frente às restrições impostas pelo modelo de distanciamento controlado, do governo estadual, que colocou o Estado inteiro em bandeira preta. Proprietários de lojas de confecções, serviços estéticos, restaurantes e lideranças religiosas buscam sensibilizar as autoridades dos impactos econômicos que o fechamento e proibição do atendimento ao público tem provocado nestes setores nos últimos meses. Este encontro é uma sequência da manifestação que ocorreu na segunda-feira (8), e que gerou um protesto, em frente da Prefeitura.
Pelo lado dos religiosos o pastor da Life & Peace de Campo Bom, Cassiano da Silva, reforçou que os trabalhadores estão apavorados com as consequências sociais e econômicas que as medidas de restrições provocarão. “No nosso meio, percebemos que as pessoas, devido a toda a essa situação, estão consumindo mais álcool e drogas. Não estamos dando conta de atender a todos. Qual o problema de recebermos um irmão/irmã? Visitamos pessoas que foram demitidas e vocês não imaginam o desespero desses trabalhadores”, pontuou Cassiano.

Setor gastronômico e de confecções impactados

Lubiane Rech, proprietária de uma loja de confecções

O fecha tudo tem provocado demissões, redução de vendas e deixado os empreendedores em uma situação delicada. A proprietária de uma loja de confecções no Centro de Campo Bom, Lubiane Hech, está inconformada com tamanha restrição. “Em 2020, ficamos fechados 15 dias e quando voltamos, nos adaptamos para conseguirmos vender com a loja fechada. O meu segmento é considerado não essencial. Mas, para mim, ele é essencial para eu conseguir sobreviver. Esse mês de fevereiro foi tão fraco nas vendas que eu ainda não consegui nem pagar o aluguel. Queremos que a Câmara de Vereadores e a Prefeitura adotem medidas ou nos aponte uma solução coerente para que consigamos abrir nossos comércios para sobrevivermos, pois precisamos manter nossas famílias e continuar contribuindo com a cidade”, reivindica Lubiane.

Demissões e redução drástica na venda de almoços

Elvins Prochnow, proprietário de um restaurante em Campo Bom

O setor gastronômico é outro segmento fortemente impactado pela pandemia do coronavírus. O principal mecanismo de venda sempre foi o atendimento presencial e a possibilidade de escolher o alimento predileto no buffet. Entretanto, desde 2020, as restrições sanitárias modificaram a metodologia de trabalho de dezenas de empresários, em especial, dos restaurantes. Quem nos explica as dificuldades enfrentadas é , dono de um restaurante no Centro de Campo Bom. “Estamos lutando há um ano com essa situação. Paramos na primeira vez, onde entendo que não precisaríamos ter parado. Agora que é o pico, está difícil. Não estamos conseguindo sobreviver. Tivemos que demitir cinco funcionários e é uma situação delicada, não queremos briga com ninguém, só queremos trabalhar e estamos tentando nos manter e não fechar as portas. A única coisa que queremos é trabalhar. Não estamos pedindo nada para ninguém, nem esmola, nada de graça. Queremos ter o direito de trabalhar, só isso”, avalia o empreendedor, ressaltando que a quantidade de almoços vendidos caiu, junto com a margem de lucro.
Atendendo à solicitação do grupo de empreendedores campo-bonenses, todos os vereadores se colocaram à disposição e participaram de um encontro com os empresários. O presidente da Câmara de Vereadores de Campo Bom, Alexandre Hoffmeister (PP), garantiu que as reivindicações do grupo serão levadas e apresentadas ao prefeito, Luciano Orsi, o mais rápido possível. Além disso, um documento elaborado no encontro desta terça-feira na Câmara, será protocolado no Palácio Piratini e apresentado ao presidente da Assembleia Legislativa, Gabriel Souza, na tentativa de sensibilizar os órgãos competentes para reverem suas decisões.