Em ruínas, casa Enxaimel Johann Schmidt ganhará lona contra ação do clima

Sapiranga – Um dos principais patrimônios históricos e culturais de Sapiranga, a casa Johann Schmidt, está passando por vários problemas estruturais há algum tempo, a partir de buracos no telhado, causados pela chuva. A Prefeitura realizou um pregão presencial na última segunda-feira (20) para a compra de uma cobertura de lona, com estrutura metálica, que deve impedir que os problemas da casa aumentem.
O assoalho, assim como o telhado do patrimônio, está parcialmente comprometido, podendo ser parcialmente acessado. “A chuva que entra pelo buraco no telhado atinge o assoalho, e foi o que causou este buraco, que está aumentando”, explica o presidente da Fundação Cultural e do Meio Ambiente de Sapiranga, Charles Muller.
Com a compra da nova estrutura, que medirá 12x12x5,5 metros, serão investidos R$20 mil através da Prefeitura e a cobertura está prevista para ser iniciada nos próximos dias.
De acordo com o diretor de Cultura de Sapiranga, Fabiano Silveira, a Prefeitura está realizando o seu papel de apoiador com a compra da cobertura. “Estou disponível para esclarecer quanto à questões históricas da casa Tombada”, disse Fabiano.
Segundo Charles, a função da casa Johann Schmidt é estimular ações culturais e de meio ambiente. “Como cidadão, me comovi com a situação da casa e abracei a presidência da Fundação Cultural, lutando junto com pessoas envolvidas com a cultura, para que a casa volte a funcionar”, explica. O presidente ainda ressalta que acredita que o patrimônio só poderá voltar a receber ações culturais após uma revitalização, e estima um período de aproximadamente cinco anos até que os futuros projetos sejam concluídos.
Contas da Fundação recebem ok do Ministério Público
Charles Muller explica que ingressou com uma ação no Ministério Público, cobrando da Prefeitura o restauro da Casa Johann Schmidt. “O artigo 216 da Constituição Federal determina que a União, o Estado e o Município são os responsáveis pela manutenção dos bens materiais tombados. Não temos condições de arcar com os custos de uma reforma”, explica Charles Muller. Esse comunicado foi remetido à prefeita, Corinha Molling, através de um ofício ao gabinete.
Depois que a Casa passou por reformas em 2001, a Fundação Cultural alega que utilizou pouco o local. “Logo depois, a Secretaria de Cultura do Município passou a usufruir do espaço, o que é contra o estatuto da entidade. Quem deve arcar com as reformas necessárias é a Prefeitura”, comenta.
Questionado sobre a prestação de contas da entidade, que poderiam estar irregulares, Charles Muller, detalha. “Atas de assembleia, atas de posse e as prestações de contas serão apresentadas em cartório em breve. Apresentamos os documentos exigidos pelo Ministério Público de Contas no mês de abril e recebemos a aprovação dos promotores”, revela o presidente.