Por Caroline Waschburger
Sapiranga – Apesar de estarmos vivendo um período extremamente conturbado, de acordo com o Secretário de Indústria, Comércio e Turismo de Sapiranga, Marco Cassel, o índice de abertura de novos MEIs e empresas continua muito parecido com o que era antes da pandemia. “Caiu um pouquinho o movimento porque a prefeitura está fechada e fazendo através de email. Mas de forma geral, segue muito parecido, com alguma queda em função da pandemia, mas há empreendedores abrindo seus negócios e buscando alternativas”, comenta.
De fato, muitos empreendedores resolveram buscar alternativas durante o período em que não podem atuar como antes.
É o caso da Arena Ferrabraz, que agora está promovendo um Cine Drive In em Sapiranga, e também da empresa Maker Embalagens, de Tiago Arnhold e Sandro Link, que é especializada no desenvolvimento e produção de embalagens termoformadas, feitas a partir do material “pet”. Com o início da pandemia, Tiago conta que precisou buscar alternativas para manter a empresa durante o período da pandemia, e passou a produzir os famosos “face shields”, ou protetores faciais.
“Foi o que nos manteve”
“Nossa ideia foi basicamente considerar como conseguiríamos manter a empresa aberta neste período, o que fazer para tentar ter menos prejuízo possível”, explicou Tiago. “Infelizmente, não podemos considerar isso como uma grande história de sucesso, mas foi readaptando que conseguimos nos manter. Se não fosse por isso, teríamos que recorrer a outros meios”, completou.
Aumento de novas empresas
Apesar da extinção de mais de 32 mil empresas (incluindo MEI, empresário, LTDA, S/A, cooperativas e Eireli) no primeiro semestre de 2020 no Rio Grande do Sul, o número contrasta com a quantidade de novas constituições, que já beira os 85 mil, de acordo com a Junta Comercial do RS. Nas cidades de cobertura do JR nos Vales do Sinos e do Paranhana, os relatórios estatísticos que consideram todos os MEIs formalizados no Portal ou optantes do SIMEI apontam um aumento de aproximadamente 1209 MEIs, entre janeiro e junho de 2020.
Readaptação em tempos de crise serviu para que a empresa se mantivesse
A Maker Embalagens precisou passar por uma readaptação durante a pandemia. Com a queda na demanda e aumento na inadimplência, a alternativa surgiu através de um produto necessário para o combate do vírus feito da mesma matéria prima base antes utilizada na confecção das embalagens: os protetores faciais.
“Saímos um pouco do nosso segmento e aproveitamos a matéria prima e a mão de obra para produzir os protetores faciais”, explicou Tiago. “Pegamos a normativa que a Anvisa tinha na época com a espessura mínima, dimensionais mínimos, e trabalhamos de acordo com as normas e diretrizes deles, porque não costumamos trabalhar com material hospitalar ou EPIs”, disse. Tiago também explicou que a autorização da Anvisa foi necessária nesse regime de exceção. “Aproveitamos para fazer algo bem feito e funcional”, finalizou. Segundo Tiago, foi o que ajudou a manter a empresa até o momento, mas, ainda assim, a redução de funcionários foi necessária.