Em Campo Bom, atendimentos a 223 alunos com necessidades especiais segue durante a pandemia

Foto: Divulgação/PMCB

Campo Bom – No município campo-bonense, os encontros do Atendimento Educacional Especializado (AEE), que antes da pandemia do coronavírus eram realizados presencialmente de forma individual ou em grupo, atualmente acontecem por meio de ligações, chamadas de vídeo e acompanhamento ao planejamento do professor. Os atendimentos têm por objetivo amenizar as dificuldades enfrentadas pelos alunos com necessidades especiais de Campo Bom, beneficiando 223 crianças da rede municipal, e seguem ocorrendo, agora obedecendo as restrições impostas pela pandemia.

 

“Os atendimentos buscam assessorar os professores e auxiliares que estão diariamente com nossos alunos, fortalecendo vínculos com as famílias, o que resulta em processos de aprendizagem e de inclusão mais efetivos”, explica a secretária de Educação e Cultura, Simone Schneider. O AEE é voltado a estudantes com deficiência física, intelectual ou auditiva, surdez, baixa visão, cegueira ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), e atualmente conta com 15 professores que atendem todas as escolas municipais, desde a Educação Infantil até o Ensino Fundamental. “A inclusão na escola faz a diferença na vida das nossas crianças com necessidades especiais. O trabalho que é feito hoje na rede municipal com certeza vai refletir positivamente no futuro desses alunos”, avalia o prefeito Luciano Orsi. Os atendimentos têm como propósito possibilitar uma mudança de paradigma na educação, onde todos os alunos devem fazer parte de uma escola regular.

 

Mudança de comportamento

Uma das crianças que recebe atendimento especializado é o João Victor Schmitt, de 6 anos, aluno da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Amarelinha. Ele tem recebido vídeos, áudios, ligações e chamadas de vídeo de sua professora do AEE, além de materiais interativos, como jogos para serem desvendados em família. Sua mãe, Vanessa Maria Schmitt, de 33 anos, conta que com pouco mais de um ano o filho foi diagnosticado com autismo, e há três anos já participa do AEE. “Tem crianças que precisam de um olhar mais atento e direcionado especificamente para elas. Imagina em uma turma toda, uma criança que não consegue fazer as atividades. Se tiver uma professora naquele momento para ensinar e explicar de que forma ele pode fazer, talvez ele se interesse mais, e foi isso que aconteceu com o João”, relata a mãe, destacando que o principal avanço que percebeu no filho após o início dos atendimentos foi em sua relação com a escola, já que logo antes do período de isolamento social, o menino até mesmo esperava ansioso para chegar o dia do atendimento com a professora.

Inclusão na prática

Os professores que realizam os atendimentos especializados, além de contarem com as capacitações do programa de formação continuada oferecido pelo Município, ainda passam por qualificação com temática específica sobre o AEE, para que possam preencher as especificações necessárias para o trabalho. A profissional que realiza o AEE na Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Rui Barbosa é a professora Viviane Pozzo, que lá atende 15 alunos com necessidades especiais. Ela explica que para os atendimentos serem eficazes, é preciso conhecer a história de vida e o histórico de aprendizagem de cada aluno, entender como sua deficiência se manifesta e descobrir o melhor modelo de aprendizagem para ele. “Assim podemos valorizar as potencialidades do aluno e organizar seu currículo, que muitas vezes precisa ser mais diluído. O atendimento é de fundamental importância para que a criança possa desenvolver competências que superem as dificuldades e consigam ampliar o saber”, relata. Quanto aos atendimentos realizados em formato remoto devido à pandemia, a professora diz que o propósito é oferecer meios para que o aluno possa sentir a escola mais próxima. “Estamos procurando minimizar o distanciamento social, nos adaptar e nos aproximar por meio de atividades que envolvam a família”, afirma.