EGR estuda a situação dos inúmeros retornos ao longo da RS-239

Retorno, em trecho de Campo Bom, é um dos mais caóticos em horário de pico na RS-239. Foto: Jauri Belmonte

Região – Ao longo de 123 quilômetros, a RS-239 concentra aspectos urbanos e rurais, cruzando 12 cidades entre os vales do Sinos, Paranhana e Litoral Norte. Sim, a rodovia inicia na cidade de Portão e vai até a localidade de Barra do Ouro, em Maquiné. Aqui na região de cobertura do Grupo Repercussão, das 10 cidades que acompanhamos, oito são cortadas pela Rodovia Nestor Herculano de Paula, que recebe uma média diária de 21,8 mil veículos.

 

Com trechos perigosos e dentro das suas particularidades, a estrada tem agravantes que chamam a atenção da Empresa Gaúcha de Rodovias (a EGR – a autarquia que administra a via), assim como de autoridades que atendem sinistros, caso do Comando Rodoviário da Brigada Militar de Sapiranga (CRBM). Os retornos (ou alças de conversão) são considerados pontos que requerem maior cuidado, pois é onde acontecem boa parte das ocorrências.

“O horário de maior pico é um dos problemas. E sempre tentamos trabalhar isso com os motoristas, orientando nos cuidados na estrada quando se está dirigindo, já que as ocorrências de trânsito que atendemos acontecem mais por falta de atenção, imprudência (o que envolve uso de celular, alta velocidade e consumo de bebidas) do que propriamente pela estrutura da pista”, disse o CRBM à reportagem.

 

SEMANA DE ACIDENTES

Na segunda-feira (3), por exemplo, quatro veículos se envolveram em um acidente em um retorno próximo ao pórtico de entrada de Araricá. Conforme o CRBM, o sinistro envolveu um caminhão, um Fiesta, Gol e um Palio, e quatro pessoas ficaram feridas. Além disso, na manhã desta quarta (5), um capotamento aconteceu no mesmo trecho (em Araricá) e um homem, de 27 anos, morreu.

Segundo Luís Fernando Pereira Vanacôr, diretor técnico da EGR, existem dois agravantes. O primeiro, é que os retornos passaram a ser usados como acessos às cidades e o segundo é o não respeito aos limites de velocidade. “Temos estudado alguns pontos. Já pensamos em fechar alguns retornos, inclusive, mas houve reclamação das prefeituras. Em alguns locais colocamos redução de velocidade, para 60 km/h, mas as pessoas não respeitam”, explicou.

 

HÁ A NECESSIDADE DE ESTUDO APROFUNDADO

Segundo Vanacôr, no trecho da rodovia entre Taquara e Novo Hamburgo, há 64 retornos. “Há um quantitativo elevado de carros, temos que entender isso. E não podemos sair fechando retornos. É um estudo aprofundado da estrutura da via, e de locais em que colocamos lombadas, como no quilômetro 31, próximo ao bairro Amaral Ribeiro, em Sapiranga. Isso fez com que se reduzisse a velocidade de quem anda na pista, para facilitar o retorno de acesso ao perímetro urbano da cidade (bairro). Também, temos que considerar que há um movimento intenso de pedestres e já tivemos atropelamentos na rodovia”, conta.

A RS-239 tem três passarelas, sendo duas no trecho de Sapiranga e uma em Parobé. “Se as estruturas foram colocadas ali, é porque devem ser usadas”, finalizou Vanacôr.