EGR admite estudo para reajustar tarifa e lideranças pressionam por melhorias

Tarifa defasada | Estatal cita que valores foram reduzidos na criação da EGR e que novas obras só com receita maior

Região – A pressão da comunidade e das lideranças locais para investimentos que ampliem a segurança ao longo da RS-239 fizeram a direção da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), literalmente, tocar em um tema ainda mais espinhoso: a necessidade de reajustar as tarifas para novos investimentos. O tema da elevação no valor do pedágio ganhou força com as últimas notícias veiculadas pela imprensa local, regional e até estadual.

Em audiência na Assembleia Legislativa esta semana, diversas lideranças da região, entre vereadores, líderes comunitários, secretários municipais e policiais do Comando Rodoviário da Brigada Militar, debateram sobre os gargalos da RS-239, após sugestão do deputado Tarcísio Zimmermann (PT).

O gerente de operações da EGR, Luiz Fernando Avozani, participou do encontro, porém apenas anotou as reivindicações das lideranças para repassá-las à direção da EGR para uma futura avaliação de novas obras. Também o deputado João Fischer (PP) afirmou ser inadmissível que uma rodovia que cobra pedágio não realizasse as obras necessárias.

Acidentes na rodovia

Conforme o sargento Dalvo Tadeu Rocha, do 3º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, é sempre doloroso quando alguém perde a vida, mas, também como morador da região, disse que a rodovia está bem melhor do que já foi, em termos de pavimentação e sinalização. Contou que chegaram a atender de 800 a 1.000 acidentes por ano em tempos passados, e que de lá para cá o número de acidentes com morte se mantinha. Já os acidentes, de modo geral, diminuíram: 550 em 2010, 647 em 2011, 670 em 2012, 691 em 2013, 615 em 2014, 450 em 2015, 318 em 2016 e 116 até agosto de 2017. A redução, segundo ele, se devia à divulgação e à instalação de radares eletrônicos. Ele observou que isso se deu paralelamente ao aumento na frota de veículos.

EGR discute internamente o tema e aumento passará também por Sartori

Através da assessoria de imprensa, a EGR confirmou que o tema da elevação de tarifas integra um plano de recomposição tarifária, mas que não há prazo para implementá-lo. A direção da EGR argumenta que o déficit no preço da tarifa na RS-239, em Campo Bom, está entre 81 e 87%, porém não significa que o plano da EGR é aumentar na sua totalidade a tarifa na praça de pedágio do Vale do Sinos.

Mesmo operando no azul (recente matéria do Jornal Repercussão revelou um lucro superior a R$ 7 milhões de reais no ano de 2016) o recurso em caixa seria insuficiente para atender à demanda crescente por investimentos expressivos, como os cobrados pelas prefeituras (iluminação, passarelas, sinalização e vias laterais).

Para uma nova tarifa entrar em vigor, a proposta necessita passar pelo Conselho de Administração da EGR e pelo governador, José Ivo Sartori.

Questionada sobre as obras de recapeamento e fresagem da RS-239 no trecho urbano de Sapiranga, a EGR informou que a manutenção do trecho de pista dupla engloba um contrato já estabelecido e que de 2014 até o fim de 2017, o montante investido para trocar asfalto bom por asfalto novo chegue a R$ 24 milhões.

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