Editorial: O discurso de ódio de Foss e a verdade sobre Araricá

Surpreendeu negativamente, não só em Araricá, mas na região, o desequilíbrio emocional e o discurso de ódio aos gritos proferido pelo prefeito reeleito Flavio Foss em sua festa da vitória no domingo de eleições. Ao invés de um tom apaziguador, como quase todos prefeitos da região de abrangência do Repercussão adotaram, na tentativa de unir as suas comunidades após o período eleitoral, Foss repudiou quem não pediu voto para ele e sugeriu que as pessoas que votaram em oponentes por quererem a mudança, que “se mudem de Araricá e escolham outra cidade”. No final da fala, Foss ainda disse que “orou muito” na semana de eleições. Vai entender?!

 

Sobrou até para o Jornal Repercussão. Foss disse que o jornal foi “comprado para dar matérias negativas da cidade”. Mas, prefeito Foss, você mesmo sabe que essa não é a verdade. Primeiro, que as matérias “negativas” publicadas no Repercussão sempre foram embasadas por apontamentos oficiais do Tribunal de Contas (TCE/RS) ou Ministério Público. Segundo, se fosse para trabalhar somente por dinheiro teríamos aceito a proposta de firmarmos um contrato com a Prefeitura, feita pelo seu interlocutor e membro da sua base de governo, o vereador Max, em julho deste ano. Porém, a proposta, por óbvio, sequer entrou na mesa de negociação da diretoria desta empresa, pois por ser um período pré-eleitoral, um contrato naquela altura poderia ocasionar até mesmo apontamentos do Ministério Público e do Tribunal de Contas. Dias após a recusa por parte do Repercussão, uma estranha e vergonhosa Moção de Repúdio contra o jornal surgiu na Câmara, assinada pelos vereadores que compõem a base governista de Foss.

 

Voltando ao discurso de ódio, Foss acusou ainda indiretamente o oponente Oséas Garcia (DEM) de roubar dinheiro da Câmara quando foi presidente da Casa (2017), falou que Oséas ofereceu “drogas” para as crianças na campanha e disse ainda que os pais de Oséas são “um casal de velho” que compraram votos na sorveteria de propriedade dos mesmos. Questionado pelo Repercussão, Oséas disse que agora Foss terá que provar tudo o que disse na justiça.

No entanto, concluindo, a verdade é que Foss esperava ganhar com uma diferença maior, tendo a máquina na mão e uma infinidade de cargos comissionados (gastos abusivos com pessoal, aliás, é o motivo do Tribunal de Contas estar na cola de Foss). Os 104 votos de diferença para o segundo colocado soaram como uma derrota nas urnas para Foss, fato este confidenciado por pessoa do núcleo do prefeito ao Repercussão. Além disso, na Câmara de Vereadores pode ocorrer de Foss ter a minoria, visto que em tese três vereadoras se elegeram como oposição (Maele Garcia, Mari Dapper e Professora Tanara) e Jô Lima, a quarta, não carregou a bandeira de Foss na campanha. Ficará nas mãos de Janice Machado (esposa do ex-prefeito Sergio Machado): ir com a bancada feminina nos projetos ou ficar do lado de Foss. A verdade precisa ser restabelecida em Araricá!