Divulgação online de local e horário de blitzes pode virar crime

Proposta | Ideia é do Detran-RS, de mudar o Código de Trânsito Brasileiro

Região – O Detran do Rio Grande do Sul está propondo uma alteração no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A ideia é punir aqueles que divulgarem informações de blitzes da Balada Segura através de perfis nas redes sociais e aplicativos de mensagem instantânea, pois, de acordo com o Departamento, a divulgação de horários e locais das blitzes dificulta as fiscalizações de trânsito, além de prejudicar a própria sociedade.

A alteração, que seria realizada no artigo que fala sobre crimes de trânsito, busca punir com até dois anos de detenção ou multa quem divulgar as informações sobre as blitzes – tornando mais fácil a retirada dessas informações nas rede sociais. As divulgações identificadas pelo Detran se referem, principalmente, a fiscalizações realizadas em Porto Alegre e na região metropolitana. Uma proposta de projeto de lei com a alteração foi encaminhada pelo Departamento à Câmara de Deputados.

A opinião do motorista

Sapiranguense que seguidamente se desloca para Porto Alegre – justamente um dos locais que mais têm informações de blitzes divulgadas pela internet, de acordo com o Detran -, principalmente em finais de semana, Júlio Engelke demonstra preocupação com o tipo de punição planejada. “É preciso um check list, alguma maneira de verificar se houve má fé tanto na divulgação ou no uso de redes sociais ou aplicativos onde é possível conseguir essas informações.” Júlio é usuário do Waze, aplicativo que dá aos usuários rotas para chegar aos destinos, com informações de trânsito como engarrafamentos – e fiscalizações de trânsito. “Uso o Waze em dias alternados. Como ele é um aplicativo que dá incentivos a mais (acúmulo de pontos e liberação de insígnias de níveis de usabilidade) pelo uso constante dele, procuro sempre utilizar quando vou percorrer distâncias mais longas. Ainda uso quando vou para lugares que nunca fui antes, para evitar transtornos e atrasos.”

A opinião da Brigada

Para o major João Aílton Iaruchewski, comandante do 32º Batalhão da Brigada Militar de Sapiranga, é preciso uma punição para quem divulga informações sobre blitzes online. “A fiscalização é feita para verificar o condutor alterado ou mesmo um veículo adulterado. Quando retiramos um motorista alterado das ruas, evitamos acidentes. Sabemos que o acidente repercute, para o Estado e o município, financeiramente também, pois tem gasto com a questão médica. Muitas vezes é preciso fazer fisioterapia, esse tipo de tratamento. Pessoas de bem, que não têm nada a esconder, que estão com os documentos do veículo em dia, não têm por que desviar da barreira. Fiscalizando, inclusive verificamos veículos em situação de furto ou roubo”, frisa o major.

Quer ler o restante desta notícia? Assine a edição impressa do Jornal Repercussão. Ligue para: (51) 3064-2664