Dia do Trabalho para relembrar direitos e combater o desemprego

Região –  Neste domingo, 1º de maio, comemora-se em várias partes do mundo o Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador. A data que tem mais de 100 anos é comemorativa, mas também já foi palco de inúmeras manifestações em defesa dos direitos dos trabalhadores .

 

No Brasil, a lei que decreta o Dia do Trabalho é de 1925, mas foi o governo de Getúlio Vargas que transformou o 1º de maio em um momento mais festivo, com eventos populares, desfiles e celebrações.
Nos últimos dois anos, por causa da pandemia de Covid-19, os encontros mais expressivos e até mesmo reuniões das classes trabalhadoras foram adiados. Neste ano acontece a retomada destas reuniões e também é uma oportunidade para análise sobre a situação dos trabalhadores mediante a crise econômica.
Hoje, a data é cada vez mais abrangente, se na origem ela estava ligada às fábricas e à exploração do trabalhador por parte dos empregadores, atualmente a data serve para reflexão e projeções para o futuro.
As formas de trabalho mudam conforme avança a sociedade e a tecnologia, por isso é importante a valorização de todas as frentes de trabalho.

Encontro em ponto tradicional da capital
Porto Alegre recebe no  domingo um ato de comemoração ao Dia do Trabalho, conforme informativo das entidades sindicais organizadoras: “A celebração do Dia Internacional do Trabalhador e da Trabalhadora, no próximo domingo, 1° de Maio, volta às ruas de todo o Brasil em 2022, após dois anos de eventos online em razão do isolamento social para conter o avanço da pandemia da covid-19. O tema é “Emprego, Direitos, Democracia e Vida”.
Em reunião ocorrida na tarde da última segunda-feira (25), as centrais sindicais definiram o ato unificado e cultural de 1º de Maio, que será realizado no próximo domingo, das 10h às 13h, junto ao Espelho d’Água, no Parque da Redenção, em Porto Alegre.
Haverá um momento ecumênico, manifestações de dirigentes das centrais e partidos políticos e apresentações de artistas locais, valorizando a cultura”.

Origem na luta por direitos
No dia 1º de maio de 1886, uma grande greve foi organizada em várias cidades norte-americanas com o objetivo de conquistar melhores condições de trabalho. A principal reivindicação era a redução da jornada diária, que chegava a 17 horas, para oito horas.
Em Chicago, durante a manifestação houve confrontos com a polícia, o que resultou em prisões e mortes de trabalhadores. Este acontecimento serviria de inspiração para muitas outras manifestações que seguiriam em outras cidades dos Estados Unidos e em outros países. A data foi escolhida para que a luta dos operários mortos em Chicago não fosse esquecida e virasse um símbolo, o que acontece até os dias de hoje.

Organização sindical na região

As primeiras organizações sindicais surgiram no Brasil junto com a industrialização do começo do século XX. A influência dos imigrantes europeus que trouxeram para o país o embrião dos direitos trabalhistas ajudou nesse movimento. Na região do Vale do Sinos, essas referências também são notadas. A atividade fabril intensa e, posteriormente, o crescimento urbano, fizeram com que os trabalhadores começassem a se organizar e ainda nos anos 70 surgiram os primeiros sindicatos de trabalhadores.

Lideranças comentam o 1º de maio

Paulo da Luz, presidente do Sismus – Sindicato dos Servidores Municipais de Sapiranga.
“O funcionalismo público de Sapiranga sempre esteve bem representado pelo SISMUS. Desde 1990, nós fortalecemos a categoria e conquistamos benefícios e direitos. Desde 2000, faço parte da diretoria do Sindicato, e por 19 anos estou como presidente. Os desafios surgem diariamente e sempre tivemos uma postura de diálogo, sem baixar a cabeça e com espírito de luta para defender os servidores municipais. O Dia do Trabalho, para nós, é um momento de levantar pautas em nossa Data Base, um dia em que trazemos para debate nossas necessidades e demandas, mas também para comemorar tudo que conquistamos e valorizar os municipários de Sapiranga”.

Antônio Inácio Rodrigues, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sapiranga, Araricá Nova Hartz.
“Parabéns a todos os trabalhadores metalúrgicos e demais trabalhadores por este dia que é símbolo de luta para todos nós”.

Júlio Cavalheiro Neto, presidente do Sindicato dos Sapateiros de Sapiranga e Região. “Em nome da direção do nosso Sindicato, quero homenagear a todos os trabalhadores e as trabalhadoras da nossa categoria pela passagem de mais um 1º de maio, Dia dos Trabalhadores. Não é um dia de se comemorar com festa, mas sim de reflexão pela luta daqueles trabalhadores que foram às ruas em busca dos nossos direitos, como a redução da jornada de trabalho. Nós trabalhávamos até 16h diárias e reduzimos para 8h, além disso, direito a férias, a 13º salário, fundo de garantia e outros direitos que estão tentando nos tirar. Vamos continuar lutando para que não nos sejam tiradas essas conquistas. Um abraço a todos os trabalhadores e trabalhadoras neste 1º de maio”.