Dia do Policial para ressaltar necessidades

Nesta semana, de forma tímida, o país registrou a comemoração do Dia do Policial Militar e Civil (21 de abril). Nos municípios onde o Jornal Repercussão circula não houve nenhuma atividade ou menção àqueles que zelam pela nossa segurança. Como uma forma de alertar as lideranças regionais para as necessidades da classe, o Jornal Repercussão ouviu as entidades sindicais que representam os policiais civis e militares.
Para a presidente dos Servidores da Polícia Civil do RS (Sindipol-RS), Ilorita Cansan, a principal dificuldade enfrentada é a ausência de efetivo. “Na década de 1980, a Polícia Civil contava com 6.300 servidores. Passados 34 anos, hoje temos 5.400 servidores”, esclarece. A informação da falta de efetivo é ressaltada pelo vice-presidente do Sindipol-RS, Emerson Ayres. “Para o trabalho ser desenvolvido de maneira mais satisfatória, deveríamos ter cerca de 12 mil servidores na Polícia Civil”, cobra.
A situação das delegacias de polícia civis e a sua conhecida necessidade por servidores também foi mencionada pelos representantes policiais. “Hoje uma delegacia bem estruturada tem cerca de 15 pessoas”, conta.
Audiência pública
Está marcada para a próxima segunda-feira (28), às 10h, na Assembleia Legislativa, uma audiência pública para tratar do problema da falta de efetivo da Policia Civil e apresentar a campanha “Acadepol para todos já”, motivada pelo Sinpol-RS. O ingresso de 700 novos policiais não supre o déficit do efetivo, que hoje atua com apenas 55% do número considerado ideal.
reajuste de 15%
Neste mês, a Assembleia Legislativa aprovou o reajuste de 15,76% nos vencimentos para os agentes de polícia. A medida significou um avanço e um tratamento igualitário entre as carreiras de agente de polícia e delegado. “Esta era uma luta importante que atenderá a coletividade dos servidores”, disse Ilorita Cansan.
Mulher policial
Com a aprovação na semana passada pelo Senado, a aposentadoria voluntária da policial mulher com 25 anos de contribuição e 15 anos de exercício de cargo policial, passa a vigorar. “Precisamos corrigir a discrepância nas Polícias Civis. A mulher policial cumpre com os mesmos compromissos profissionais do homem policial”, lembra Ilorita Cansan.
Reforma da brigada
Riccardi criticou aqueles que defendem a desmilitarização da Brigada Militar. “Quem levanta esta bandeira é baderneiro. A polícia militar serve para proteger as instituições”, destaca.
Presidente Riccardi critica forma de gestão do governo Tarso Genro
O presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, o tenente-coronel, José Carlos Riccardi Guimarães, fez duras críticas ao que ele considera ser uma política equivocada de segurança pública. “Não adianta o senhor governador descer de helicóptero nos municípios, entregar viaturas de forma eleitoreira para tentar a sua reeleição. É necessário que se crie uma política de estado para a segurança pública”, cobra o policial militar.
Riccardi disse lamentar que a segurança esteja tão precária no Estado. “É como se soubéssemos que enfrentamos uma epidemia de tuberculose, e apenas assistíssimos a escalada da violência”, aponta o presidente. No diálogo com a reportagem, Riccardi destacou que é necessário criar um mecanismo legal, previsto em lei, para que a segurança pública também conte com percentuais mínimos para investimentos e projetos.
Mesmo com um baixo número de policiais atuando nos municípios, o Sindipol-RS destacou o excelente empenho dos servidores públicos na resolução e identificação de crimes. “Sabemos que neste cenário se prioriza os crimes contra vida. Mas, é necessário que se crie uma política de Estado para segurança”, reivindica a entidade.