Dia das Mães também é de reflexão através da religiosidade

Foto: Lilian Moraes/ Arquivo JR

Especial Dia das Mães

 

“(Em Ti, ó Deus!) fiz calar e sossegar a minha alma; como a criança desmamada se aquieta nos braços de sua mãe…” (Salmo 131.2a)”

A Ministra Religiosa da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB Sapiranga, Elisabeht Utech KIeckhoefel é esposa do pastor Ilmar Kieckhoefel e mãe da Carolina, de 27 anos, e da Natália, de 24. Pedimos para Elisabeht falar sobre o Dia Das Mães.
“Gosto do verbo maternar (usual na língua portuguesa ou não!), por incluir as possibilidades da ‘maternalidade’ e da ternura. Ambas, condições que expressam a singularidade do ato de amar, acolher, acalentar, educar, ‘gestar’ e|ou ‘criar’.É essa ‘materialidade do amor incondicional’ que me encanta e impulsiona, todos os dias! Porque ela trata de um afeto que ultrapassa teorias e palavras; materializa-se nas emoções e ações bem concretas, óbvias, básicas, diárias e desafiadoras.
Todas as formas e as mais diferentes condições do exercício dessa maternidade, bem como suas saudades, precisam ser contempladas nas Celebrações destes dias. Perdi minha mãe aos 17 anos de idade e sei do quanto sua partida me fez e faz falta.
Ao mesmo tempo, foi a ‘maternalidade’ inspiradora dela que me impulsionou vida afora. Felizmente, nos anos seguintes, ainda que ninguém substitua ninguém, fui agraciada com uma sogra maternal que me acolheu como filha.
Sou mãe de duas mulheres adultas; ‘filhas-presente’ que tornam e transformam minha vida em estado de graça constante. Elas são corajosas, independentes; foram educadas para o ‘voo da liberdade’, na certeza do amor recíproco que nos sustenta!
Como mulher, mãe, esposa e Ministra Religiosa, exercito, em parceria com meu companheiro-maternal de vida, a compreensão da ‘Maternalidade Divina’! – Num mundo machista e patriarcal, tal afirmação tem sua grande importância.
É urgente resgatarmos o jeito materno de Deus! E, apesar da maior parte das narrativas bíblicas terem sido escritas por homens, vários são os Textos Sagrados que ‘deixam escapar’, a ternura e a maternalidade divinas. Busquemos uma compreensão de fé e vida, desprovida de gênero. Afinal, gratidão, amor, fé, esperança, espiritualidade, justiça, dignidade, compaixão, etc – são virtudes que habitam corações que se entrelaçam todos os dias, não apenas no ‘Dia das Mães’!”

 

 

“Assim como uma mãe consola seu filho, também eu os consolarei” (disse Deus em Isaías 66:13)

 

Além do Dia das Mães, para os católicos todo o mês de maio é de celebração à Nossa Senhora. Em 13 de maio é comemorado o Dia de Nossa Senhora de Fátima e a proximidade da Páscoa também contribui para maio ser dedicado à mãe de Jesus Cristo. O pároco Rafael Staudt falou sobre esta ligação. “No momento em que Jesus está sendo crucificado ele diz à Maria: ‘Mãe, eis aí o teu filho’, e diz ao discípulo: ‘Filho, eis aí a tua mãe’, e daquele momento em diante o discípulo acolhe Nossa Senhora como sua mãe, então, nós entendemos que todos nós temos a nossa mãe que nos gerou, que nos criou, mas nós temos a nossa mãe no céu que intercede por nós. O próprio Jesus, nosso senhor, nos oferece lá na cruz a sua mãe para que ela fique conosco, nos cuide e nos proteja, com a mesma proteção maternal com que protegeu Jesus ao longo de todos os seus 33 anos. Para nós católicos, a celebração do Dia das Mães é também uma celebração para Nossa Senhora, lembrando que ela é uma única Nossa Senhora, mãe de Jesus, que recebe vários títulos. Por exemplo, Nossa Senhora de Fátima, porque apareceu na cidade de Fátima, Nossa Senhora das Dores, porque recebeu Jesus morto no seu colo, Nossa Senhora Mãe da Igreja, porque ao receber o filho, recebe toda a igreja, Nossa Senhora Mãe de Deus, porque gerou o filho de Deus e, assim, temos tantos nomes e títulos de Nossa Senhora, mas ela é sempre Maria, mãe de Jesus e nossa”.