Delegado de Pelotas instaura procedimento para apurar ação policial em casa de advogada de Campo Bom

Campo Bom – A operação de cumprimento de mandado de busca e apreensão por policiais civis de Pelotas, na terça-feira (2), em uma residência no bairro Bela Vista, em Campo Bom, e que resultou em denúncia de ação violenta com abuso de autoridade, será avaliada em procedimentos internos que serão tomadas pela Polícia Civil da cidade da Zona Sul do Estado. A informação foi dada pelo titular da 18ª Delegacia de Polícia Regional do Interior (18ªDPRI), delegado Márcio Steffens, durante entrevista à Rádio Guaíba, na manhã desta quarta-feira (4). “Estamos instaurando procedimentos para apurar a conduta dos agentes no cumprimento de mandado de busca e apreensão, inclusive, no sentido de averiguar se houve excessos”, disse.

Os moradores do local, a família da advogada Anália Goreti da Silva, relataram em boletim de ocorrência na DP campo-bonense, que os policiais agiram de modo abusivo e autoritário, além de danificarem um portão e duas portas. Ainda segundo o depoimento, um dos membros da família chegou a acreditar que era um assalto e ao pular da janela do quarto teria sido algemado. O casal e os dois filhos estavam no endereço no instante do cumprimento de mandado de busca e apreensão. O Jornal Repercussão tentou contato com a advogada, mas não obteve retorno.

O caso chegou ao conhecimento da OAB/RS e a própria família foi recebida pela presidência da seccional em Porto Alegre. “Já estamos pedindo providências à Chefia de Polícia e ao vice-governador, que também é secretário de Segurança Pública, devido ao ocorrido. É uma agressão, inclusive uma violação das prerrogativas profissionais, já que na residência também está registrado o escritório da advogada”, destaca o presidente da OAB/RS, Ricardo Breier. “É um verdadeiro abuso de autoridade e que não poderá ficar impune”, acrescenta. A subseção de Novo Hamburgo emitiu nota de repúdio e também se solidarizou com a advogada.

A operação no local teria sido executada a partir da prisão de um traficante de drogas, semana passada, em Pelotas. A partir da geolocalização de um aparelho de telefone celular apreendido com um traficante, na semana passada, eles se deslocaram para o endereço de onde teriam partido algumas mensagens. A investigação definiu a casa como o local da busca. A família é bastante conhecida em Campo Bom por trabalhos sociais.

Foto: OAB/RS