Criação de coelhos rende prêmios para arariquense

Araricá – A cunicultura (criação de coelhos) cresce a cada ano no Estado e também nos municípios da região, como Araricá e Nova Hartz. E um dos criadores que vem se destacando na área é o ex-trabalhador da indústria calçadista, Vitor Costa, da Cabanha São Nunca. O que era brincadeira se converteu em um negócio rentável, gerador de emprego e que lhe rendeu mais 100 prêmios em feiras como a Expointer, tendo inclusive, participado de mostras na cidade italiana de Palermo e de uma feira na capital Argentina, Buenos Aires. Para ele, a participação em feiras, seja ela grande ou pequena, é de extrema relevância. “O coelho precisa ser visto e nada melhor que apresentá-lo para novos clientes”, destaca Vitor Costa.
A cabanha São Nunca possui um galpão capaz de abrigar 6 mil animais. O criador explica que o essencial para a criação é oferecer um ambiente arejado e com sombra natural. “Com isso ele terá saúde. Mas, ele necessita ainda ter uma alimentação balanceada. Aqui, ofereço 50% de ração e outros 50% do que planto na propriedade”, explica. Entre os alimentos que compõe o regime dos coelhos estão a folha de bananeira, de almeirão e o milho. “Do milho os coelhos costumam comer até a espiga”, comenta.
Todos estes cuidados rendem para Vitor Costa reconhecimento. Ele explica que um de seus grandes clientes não é do Estado, e sim, do Espírito Santo, na região Sudeste. “Esta semana despachei para a cidade de Pernambuco, no Nordeste, um lote de 12 coelhos por avião”, enfatizando que há clientes que pedem para Vitor selecionar os animais em virtude do seu conhecimento. “Isto me deixa honrado”, diz.
Para que a cunicultura se desenvolvesse ainda, o criador acredita que a abertura de um abatedouro específico para coelhos, impulsionaria o setor. “O criador não pode se envolver nesta etapa. Outros estados contam com um, mas aqui ainda não. Além disso, o investimento é alto (cerca de R$ 250 mil)”, conta.  
ELE EXPLICA A SITUAÇÃO
“A cunicultura vive um momento bem favorável, principalmente, no mercado de peles. Porém, o melhor do coelho é a sua carne, que é mais nutritiva que a bovina. O que trava o desenvolvimento é a alta carga tributária (de 17,5%) além do rígido controle sanitário. Os bancos também impõem a compra casada de produtos que chegam a onerar o criador em até 25% do valor do investimento. Por outro lado, o juro para o financiamento está na casa dos 4,5% ao ano, com dois anos de carência. Isso é quase que de pai para filho”. 
Vitor Costa, cunicultor de Araricá.