Corsan justifica desabastecimento para vereadores em Campo Bom

Episódios de falta de água motivaram realização de audiência pública

Campo Bom – Os constantes episódios de desabastecimento de água no município, mas que também impactam Sapiranga, foram tratados em audiência pública na Câmara de Vereadores na terça-feira (24).

O superintendente regional da Corsan, Alexandre Calvetti, foi o responsável por esclarecer diversas dúvidas apontadas no encontro pelos próprios vereadores e por dezenas de usuários/clientes da companhia. A turbidez da água, os constantes cortes no abastecimento e até um eventual sucateamento da estatal foram tratados no encontro.

Resumidamente, Calvetti admitiu que a Corsan necessita de mais servidores em Campo Bom e outra série de readequações nas redes de abastecimento. “Primeiro, deixo claro que não existe processo de sucateamento. A mão de obra, sim, estamos no limite e existe a necessidade de redimensionar as equipes nas áreas de manutenção de redes e para atividades comerciais. Há sinalização de concurso para 2019. Os desabastecimentos são decorrentes a rompimentos de adutoras e a problemas eletromecânicos. Para impactar o menor número de consumidores, temos feito diversas setorizações – esta medida reduz o número de pessoas impactadas por futuras interrupções no fornecimento de água”, destacou Calvetti.

Varredura no sistema é comum
Outro ponto levantando na audiência é o conceito de que a Corsan perde um volume grandioso de água. “Isso não corresponde a realidade. Estatísticas mostram, que em Campo Bom, este índice não passa de 10% e temos planos constantes para reduzir perdas. Temos uma equipe, em Canoas, que constantemente vem para Campo Bom fazer uma varredura em nossas redes, identificando possíveis rompimentos. No aspecto da falta de pressão, em alguns casos, nem é necessário equipamentos para possibilitar o aumento de pressão. Há casos que o redimensionamento de rede é mais adequado (troca de canos estreitos por de diâmetro maior). A turbidez da água ocorre nas primeiras vazões após rompimentos”, conclui Calvetti.

Vereadores avaliam
Alexandre Hoffmeister. “As pessoas vão ao encontro dos vereadores para reclamar. Foi necessário mobilizar a comunidade. Quero que a água continue sendo pública e que não se privatize ou se municipalize a água. Queremos a Corsan cada vez mais forte.”

Alexandre Hoffmeister

Victor Souza. “Sabemos que a Corsan possui diversos investimentos no município. A Estação de Campo Bom é estratégica, pois abastece outras três cidades. Defendemos a Corsan pública. A falta de água em bairros mais altos ocorre de forma pontual.”

Victor Souza

Jair Wingert. “É costumeiro ficar sem água no bairro Jardim do Sol. A situação não pode permanecer como está. A situação nunca melhorou. Entendemos, sim, que a Corsan está passando por um processo de sucateamento. Os municípios precisam, urgentemente, municipalizar a água.”

Jair Wingert

João Paulo Berkembrock. “Precisamos manter as empresas que são fundamentais para o desenvolvimento social e a Corsan é uma delas. O recapeamento asfáltico após abertura de buracos deve ser revista. Esse encontro pode servir como fomento a ampliação de investimentos”.

João Paulo

 

Paulo Tigre. “Esse monopólio pertence ao Estado. Temos um serviço caro, de má qualidade e de má entrega e não temos a quem reclamar. Se reclamarmos, se o Estado punir a Corsan, estará nos punindo, pois a conta virá por tabela. Não é possível mudar de concessionária de água a exemplo da telefonia.”

Paulo Tigre

Tiago Souza. “O assunto água vem sendo pauta constantemente. A água é um bem público e deve ser gerido por uma empresa pública. Um município que se fortalece se coloca em outro patamar diante de uma eventual municipalização do serviço. Ninguém privatiza uma empresa que dá lucro.”

Tiago Souza