Cooperativa de Sapiranga tem projeto de moradia popular que é modelo

Realização | Sapiranguenses terão casas a baixo custo via cooperativa

Sapiranga – Episódios recentes no município evidenciaram a necessidade da ampliação de programas habitacionais de baixo custo às famílias carentes, especialmente, àquelas que ganham menos de dois salários mínimos mensais (R$ 1.576,00).

De olho nesta carência histórica do país – e que na região do Vale do Sinos não é diferente – que o governo federal criou o Programa Minha Casa Minha Vida Entidades, em 2009. Por enquanto, existem dois exemplos de construção de loteamentos populares que se transformaram em referência para outros municípios: um é o Loteamento Ipê Amarelo, em Nova Hartz, e o outro é o Loteamento Porto Verde, próximo da Estrada Porto Palmeira, em Sapiranga, que está com pouco mais de 15% das obras concluídas.

O Programa Minha Casa Minha Vida Entidades é destinado à associações e cooperativas e busca estimular o cooperativismo e a participação da população como protagonista na solução dos seus problemas habitacionais. “Os estados e municípios abdicaram dos programas habitacionais populares. Os municípios poderiam fazer, mas não fazem”, comenta o presidente da Cooperativa de Produção, Trabalho e Habitação Ltda (Coopernova) de Sapiranga, Joaquim Antônio de Sousa Goulart.

Caixa destaca

Conforme a Caixa Econômica Federal, a instituição disponibilizou R$ 35,3 milhões para a construção de moradias na região com recursos do Fundo de Desenvolvimento Social (FDS). Está em análise ainda no banco projetos para a construção de 23 casas populares em Sapiranga, 518 em Campo Bom e outras 144 em Nova Hartz.

Casas da Coopernova de Sapiranga possuem tecnologia japonesa

Um dos grandes diferenciais na construção das 192 casas e 42 sobrados (totalizando 232 moradias) no Loteamento Porto Verde, bairro São Luiz, é a tecnologia empregada na sua construção. Cerca de 40 casas estão prontas. “Este é um projeto único no Rio Grande do Sul. Toda a casa é feita de concreto e não possui tijolos – o que inviabilizaria a construção das moradias por questões de custos. O projeto é fruto de pesquisas de 30 anos dos projetistas e foi testado e aprovado em regiões sujeitas a terremotos”, destaca Joaquim.

Para construir as 232 moradias a Coopernova obteve recursos de R$ 16.093.400,00. Do total, R$ 1.186.000,00 foram repassados pela Secretaria Estadual de Habitação e Saneamento RS (Sehabs).

A rapidez na construção das moradias é outro grande diferencial do projeto. Conforme a Coopernova, quando as equipes que atuam na construção estão mobilizadas na sua plenitude, é possível construir até seis casas em um único dia.

Todas as ruas do Loteamento Porto Verde serão pavimentadas com bloquetos de concreto. Para construir cada uma das 232 moradias, o governo federal repassou R$ 64 mil por unidade e o governo estadual outros R$ 5 mil. “Mas, as famílias beneficiárias pagarão apenas R$ 16.400 pela casa e em um prazo de dez anos. Não existe nada igual”, valoriza Joaquim.

Projetos futuros e lista de espera

Além da construção do loteamento Porto Verde, no bairro São Luiz, a Coopernova está em fase de elaboração de projetos para construir novas habitações populares no bairro São Jacó. “Infelizmente, a procura foi grande e temos mais de mil pessoas na fila de espera”, comenta Joaquim. No loteamento Porto Verde os moradores terão acesso a uma grande praça para o lazer e ainda uma sede para a futura associação de moradores.