A roda d’ água vista este ano na Kolonie – Festa da Agricultura Familiar de Nova Hartz, agora está definitivamente no municipio. A estrutura está instalada hoje na Praça Nascente do Vale, mais conhecida como a Praça do Museu. O responsável pelo trabalho é o morador do bairro Amizade, na cidade de Santa Maria do Herval, Luis Zahler, de 58 anos. Carpinteiro nas horas vagas, o criador da peça revela que já foi músico e hoje possui um refeitório no pequeno município do Vale do Sinos. “Começou como uma brincadeira para mim, quando pequeno, tínhamos uma serraria com roda d’ água. Hoje, quase já não existem mais esses moinhos movidos pela força da água”, disse. Ele revela ainda que todo o trabalho de produção foi feito nas horas vagas. “Daí não tem muito hora, às vezes, ia até umas oito da noite”, revelou. A força da água que gira a roda movimenta pequenos bonecos desempenhando trabalhos de carpintaria.
Produção da estrutura
O responsável pela peça revelou que a madeira usada foi reaproveitada de uma árvore de angico caída em enchente em Santa Maria do Herval. “Outra madeira que pode ser usada é eucalipto vermelho. Enquanto para confecção dos bonecos usei madeira de açoita cavalo. Levo em torno de uma semana para produzir a roda e mais outra para a confecção da caixa. Isso trabalhando nas horas vagas”, disse.
Importância dos moinhos
Ainda segundo a Prefeitura, os moinhos movidos por rodas d’água são partes muito importantes na história de Nova Hartz, e seu uso começou em meados do século XX. As estruturas eram utilizadas para a moagem de milho, e as atafonas, onde se produziam principalmente farinha de mandioca. Foi através da prosperidade das atafonas que a economia foi se alavancando cada vez mais e, inclusive, foi com o lucro excedente deste trabalho que os investimentos na indústria calçadista começaram.
O valor cobrado por uma estrutura igual a de Nova Hartz é de R$ 4 mil.