Conheça a história do Projeto Cão sem Lar, de Campo Bom

Campo Bom – Fundado em 2014, o Projeto Cão sem Lar vem atuando fortemente em proteção e defesa da vida animal, resgatando animais debilitados, atropelados, acolhendo ninhadas e animais abandonados na cidade de Campo Bom, alguns casos em Novo Hamburgo e rodovias que nos cercam.

O projeto é formado por protetoras da vida animal, que trabalham sem remuneração, doando além de seu tempo, espaço em seus lares e em alguns casos, recursos financeiros para realização dos acolhimentos.
Contando sempre com a boa vontade e solidariedade dos parceiros do projeto, os custos da recuperação dos animais ficam, em grande parte, por conta do Cão sem Lar. Com isso as despesas com medicamentos, alimentação, consultas, vacinas e cirurgias geram um grande desfalque no orçamento do projeto. Para arrecadar fundos e custear essas despesas, o grupo promove eventos como: brechós; além da venda de artigos como camisetas, chaveiros, produtos personalizados, rifas e também doações da comunidade.
Contudo o projeto não consegue acolher todos os animais que necessitam de amparo, por isso prioriza os debilitados, atropelados, fêmeas prenhas e filhotes recém-nascidos.

A reprodução desenfreada de animais hoje, que se dá dentro dos pátios, onde as pessoas não têm consciência da importância da castração ou não tem condições financeiras, nos preocupa muito, por isso o Projeto Cão sem Lar busca junto de veterinários parceiros, valores acessíveis para a esterilização destes animais, porém nem sempre conseguimos alcançar a todos os que de fato precisam deste atendimento, muitas vezes devida a capacidade financeira das famílias e do Projeto.

A castração minimiza problemas como a superpopulação de animais, pois estes animais que se reproduzem dentro dos pátios são muitas vezes corriqueiramente abandonados na rua.

Nossos objetivos na perspectiva do bem-estar animal, estão além da castração e vacinação dos animais, mas também nas questões de conscientização sobre o abandono e maus tratos, buscando melhores condições de saúde, não somente para animais resgatados por nós, mas para a comunidade em geral.

Jornal Repercussão
1- Uma das dificuldades das ONGs é manter as atividades mesmo com poucos recursos. Como vocês procuram viabilizar os trabalhos diariamente?
Atualmente nossas arrecadações são feitas com a venda dos nossos produtos, rifas, brechós e algumas doações.

2 – A entidade Cão Sem Lar possui uma diretoria de quantas pessoas? Além destas, possuem mais apoiadores?
Hoje o projeto conta com 9 voluntárias entre elas as integrantes da diretoria, que é composta por presidente, vice-presidente e tesoureira.

3 – Como ocorre a viabilização de procedimentos cirúrgicos em animais que necessitam deste tipo de cuidado? Possuem assistência de clínica?
O projeto realiza procedimento cirúrgicos nos animais resgatados, sempre que necessário, além das castrações que ocorrem em todos os animais acolhidos pelo Cão sem lar. Contamos com a parceria da clínica Vet na sua Casa para a realização dos nossos atendimentos.

4 – Parece que cada vez mais há abandono de animais nas ruas dos municípios. Na avaliação de vocês o que leva uma pessoa a abandonar os animais?
Falta de consciência e respeito pelos animais.

5 – Vocês possuem “casas de passagem” ou “lares temporários”? Como essas pessoas se habilitam e de que forma vocês selecionam? Usam critérios?
Atualmente a única protetora que faz lar temporário está lotada, então quando resgatamos algum animal precisamos levar para lar temporário pago, que geralmente tem um custo de R$300,00 por animal/mês.
Dificilmente conseguimos lar temporário cedido, mas quando alguém se disponibiliza a fazer o acolhimento, sempre visitamos a casa para conhecer o espaço e ver as necessidades para levar o animal.

 

6 – De que forma avalia a política de proteção animal existente em Campo Bom em comparação com outras cidades vizinhas, por exemplo, Sapiranga e Novo Hamburgo? Possuem situações de pessoas de outras cidades que procuram apoio da “rede” de vocês?
Recebemos solicitações de várias pessoas de outros municípios, mas o maior volume de pedidos de ajuda vem da comunidade de Campo Bom, muitas pessoas nos procuram solicitando ajuda para inúmeras situações: atendimentos para animais de rua ou para seus animais quando não tem condições de realizar atendimento (nem sempre conseguimos ajudar nestes casos), castração, abandono, atropelamento, animais convalescentes, em situação de risco e casos de maus tratos, pois não sabem como denunciar ou já realizaram a denúncia e a situação do animal continua a mesma.

No ano de 2019 tivemos a inauguração do Cempra em Campo Bom, o que foi um marco importante para a proteção animal, que além dos atendimentos internos, promoveu também ações nas escolas (uma antiga solicitação dos projetos), como a Semana de Proteção Animal, contando com o apoio dos Projetos e protetores da cidade para realizar está ação.. Porém, ainda precisamos de uma política de proteção animal mais eficiente, principalmente nas questões de maus tratos e abandono, um trabalho de conscientização da comunidade em relação ao bem-estar animal.

7 – Qual o sonho da entidade/seu e que gostariam de implantar em Campo Bom?
Acreditamos na construção de uma política pública de proteção animal, articulada com as secretarias de educação, meio ambiente e saúde. Onde o trabalho de conscientização do bem-estar animal e cuidados com o meio ambiente se inicie na escola.