Confira vídeo: Roberto Argenta coloca a sua experiência a serviço da população do Rio Grande do Sul

Região – Um dos principais empresários da Região Sul e do Brasil, Roberto Argenta, confidenciou um de seus projetos e desejos junto ao setor público: o de governar o Estado do Rio Grande do Sul, sucedendo o atual governador, Eduardo Leite. Filiado ao MDB, o empresário tem articulado com lideranças estaduais e nacionais para que consiga ter o seu nome reverenciado, lá em 2022, na convenção estadual do MDB. Prestígio, conhecimento de gestão e experiência na vida pública, Roberto Argenta possui de sobra. Foi prefeito de Igrejinha entre 1989 a 1991 e deputado federal entre 1999 a 2003. Ele citou como exemplo de gestor, Romeu Zema, atual governador de Minas Gerais e ainda revelou que a estabilidade de outros negócios próprios (fazenda de oliveiras, faculdade em Recanto Maestro, um complexo de águas termais e a sua rede de hoteis) lhe permitem aspirar o Palácio Piratini.
Ao longo de 40 anos, Roberto Argenta transformou uma pequena empresa de calçados, de Igrejinha, que empregava 18 funcionários e produzia 150 pares de calçados por dia, em um conglomerado de indústrias que conta com 11 unidades, e a sede, em Novo Hamburgo, que abriga o Centro de Desenvolvimento.
A entrevista completa concedida pelo empresário você confere ao lado. Mas, se você preferir, poderá assistir ela, em vídeo, posicionando a câmera do seu smartphone no QR code existente na página ao lado.

 Jornal Repercussão: De que forma a crise do coronavírus impactou a produção e vendas da Beira Rio?
 Roberto Argenta: Com o início da pandemia, nos preocupamos em dar toda a assistência necessária aos nossos empregados, e também, aos nossos prestadores de serviços. Como a venda caiu, começamos a produzir produtos para venda futura. Assim, mantivemos nossos empregados e mantivemos os nossos prestadores de serviço e nossos fornecedores. E a gente foi ao longo do ano de 2020, até agosto, produzindo 18 milhões de pares. E, depois, setembro, outubro, novembro e dezembro, conseguimos comercializar a grande maioria dessa produção. A interferência que ocorreu foi, principalmente, na área de vendas, pois a produção continuou, relativamente boa, a assistência aos empregados participamos muito fazendo testes e isso nos aliviou diante do problema da pandemia. Agora, com a vacina, devagarzinho, ela vai desaparecendo.

 JR: Neste período da pandemia, quais foram as principais ações assistências e de doações que a empresa Beira Rio efetuou?
 RA: Produzimos máscaras e distribuímos para todas as prefeituras onde possuímos fábricas. Também compramos respiradores para os hospitais dessas cidades para potencializar os atendimentos de rotina nas UTIs. Foi muito importante, pois não se usou, digamos assim, mas foi importante para dar tranquilidade aos nossos funcionários e as famílias deles.

 JR: Qual é o sinal mais forte, no seu entendimento, que estamos presenciando e que aponta para uma retomada de “um normal” nos negócios?
 RA: Estamos em um processo de recuperação claro. Gostaríamos que fosse mais rápido, mas estamos, sim, em um processo de recuperação. São sete meses consecutivos que existe aumento de emprego com carteira assinada, e isso é um excelente sinal, pois o grande problema é geração de empregos. E, isso está ocorrendo e vai continuar crescendo, talvez dê alguma diminuída. Mas, agora, com o avanço da vacinação, eu tenho certeza, que a geração de empregos ela vai aumentando. Aumentando a geração de empregos, pela experiência que eu tenho, os municípios onde não tem desemprego, que tem saúde, educação e tem seguranç, as coisas vão andar naturalmente. A melhor coisa que podemos fazer é gerar empregos. Nós, agora, em 19 de abril, vamos inaugurar a nova unidade de Mato Leitão/RS. Lá, contaremos com 180 novos empregos e mais 1.500 empregos em empresas terceirizadas. Claro, que estamos buscando vendas para isso, estamos trabalhando muito forte na expansão de exportação de produtos para toda a América Latina, inclusive, para os Estados Unidos. Claro que contamos com a Europa e o Oriente Médio, mas focamos, principalmente, a América Latina, que já está em recuperação, e estamos conseguindo vender bem para a América Latina.

 JR: O senhor, como empresário, tem a consciência de que é necessário rever o modelo tributário do País. No seu entendimento, o que dificulta essa guinada para contarmos uma matriz tributária mais simples?
 RA: a redução de impostos ela é um processo árduo e difícil. Temos que simplificar a simplificação e também desburocratizar, para facilitar para as empresas O que o Brasil precisa mesmo é uma reforma de Estado. É dizer, olha, isso aqui é competência da União, isso é dos Estados e isso aqui é dos municípios. Fazendo isso, teremos uma grande simplificação e uma racionalização muito grande e um atendimento melhor para a população. Isso é muito importante que seja feito juntamente com isso, baseado no nosso Programa Conquistando a Perfeição, que é o Programa de Qualidade da Calçados Beira Rio, que para mim, é o melhor do mundo, devemos criar um programa a nível do servidor público para aplicarmos o Conquistando a Perfeição no atendimento ao cidadão. Para o servidor público se sentir uma pessoa valorizada e importante na sua atividade que ele faz para sociedade, ele é um servidor público com muita dignidade, mas que deve ser modificado. É necessário levar isso para a população. O servidor é necessário, precisa ser bem tratado, e é necessário que ele preste um bom serviço para a sociedade.
 JR: Se o senhor fosse o presidente da República, Jair Bolsonaro, qual medida o senhor gostaria de colocar em prática?
 RA: Incentivo à produção. Existe uma frase do ex-presidente, Getúlio Vargas, que dizia o seguinte: “- Para acabar com a eucaristia, temos que incentivar a produção e buscar, ao máximo, o incentivo à produção”. Precisamos ampliar a industrialização e a agricultura em outros produtos como cultivo de oliveira, flores, frutas, produtos para cosméticos. O Brasil é um país riquíssimo, se buscarmos tudo isso, seremos o país mais desenvolvido do mundo e o país com o maior bem estar do mundo. Observei uma reportagem, lá do Nordeste, onde temos a produção de melão. Se distribui para toda a Europa, e enriqueceu aquela região do Nordeste. Então, o incentivo à produção e à geração de empregos, nós teremos um país muito bom. A cultura brasileira é excelente, somos um país humanista, que se respeita todas as religiões e raças, e nenhum país do mundo é assim. Aqui, árabes e judeus tomam cafezinho, juntos, nas esquinas, devemos aproveitar todo o nosso potencial e essa nossa cultura, para transformar o Brasil em um país de bem estar. Temos tudo para isso, na minha avaliação, nos próximos 15 anos, teremos um crescimento econômico muito grande, cultural e com desenvolvimento da educação muito forte, e temos tudo para ser a primeira potência mundial. As condições materiais nós temos, o país é riquíssimo e temos que incentivar nossa população, gerando empregos e ampliando a nossa produção, a cultura e a educação.
 JR: O que poderia resolver a guerra fiscal entre os estados na parte de ICMS e incentivos fiscais?
 RA: Eu acredito, que aparentemente, está diminuindo isso. Mas, o Estado não pode ficar de braços cruzados. No meu plano de governo, o município que não possui nenhuma indústria, a indústria que se instala naquele município, teria 15 anos de isenção de ICMS. Nos municípios que possuem indústria, uma indústria nova, teria 10 anos de isenção. Assim, estimularíamos a produção, eliminaríamos essa necessidade de alguma empresa sair daqui e ir para outro Estado. Aqui no Estado, estaríamos acolhendo bem as empresas. E, principalmente, a questão de novas empresas e novos empresários. A formação de líderes empresariais é muito importante, porque esses novos líderes é que vão garantir o sucesso futuro.

 JR: Tem circulado adesivos com a bandeira do RS e o seu nome. O senhor aspira disputar o cargo de governador? E por qual partido seria, pois no MDB, o nome de Alceu Moreira é de momento mais cotado?
 RA: A princípio pelo MDB coligado com o PSDB, com o PDT, o PP e outros partidos. A minha ideia é essa e o meu Plano de Governo basicamente é o seguinte. Seria a diminuição do tamanho da máquina pública. Eu trabalharia com sete secretarias, enxugamento muito grande. Eu trabalharia apenas com? Saúde, educação, segurança, agricultura, administração e desenvolvimento econômico. Eu transformaria o Palácio Piratini em um Centro Cultural. O gabinete do Governador seria no Centro Administrativo. Uma das minhas metas seria reformar todas as escolas estaduais com o patrocínio das empresas. Já conversei com vários grandes empresários, empresas cooperativas e bancos, então, essas empresas financiariam toda a reforma das escolas estaduais. Porque, para ter uma educação precisa se ter um ambiente adequado. Na questão das privatizações, temos hoje, o Palácio das Hortensias, que seria vendido, primeiro a ser vendido. A casa do governador na praia, seria vendida. Com esse dinheiro, levaríamos asfalto para todas as sedes municipais no Rio Grande do Sul. É impossível, que hoje em dia, ainda tenhamos municípios que não possuem acesso por asfalto. E o produto dessa venda dos imóveis, é extremamente importante, e são imóveis que só geram despesas, e se forem vendidos, param de gerar despesa, e aquele dinheiro será usado para infraestrutura. Serão criados 15 escritórios regionais no Estado, ao invés de cada município contar com um órgão do Estado, concentraríamos regionalmente e que atenderia aquela região. Eu imagino que com essa medida, diminuiremos em 70% o custo do Estado e a burocracia do Estado. Na questão da segurança, imaginamos implantar os conselhos municipais de segurança. Mas, no passado existia e funcionavam muito bem. Eles davam suporte à segurança. Além disso, nos municípios até 20 mil habitantes, não tem a necessidade de ter a Polícia Civil e a Brigada Militar. Seria tudo suportado pela Brigada Militar, é claro que algumas áreas a Polícia Civil regional daria o atendimento e se eliminaria uma despesa grande. A Brigada Militar funciona bem e poderia dar esse suporte.
Na agricultura, incentivaríamos as novas culturas como oliveiras, frutas, produtos para cosméticos. Eu visitei os Campos de Cima da Serra, e muito me alegrou, pois antes era gado e madeira, agora, temos soja, milho, maçã que é muito forte, produção de repolho e está se diversificando, e o potencial agrícola do Estado é muito grande. E precisamos saber trabalhar isso. Na Agricultura, precisamos especializar a Emater. A Emater precisa dar suporte a essas culturas com técnicos preparados. A Emater é uma boa empresa, mas ela precisa preparar esses técnicos para dar esse suporte necessário.

 JR: O que tem te motivado para sair da iniciativa privada e voltar a essa vida pública, pois o senhor tem um nome bem reconhecido a nível nacional em nível federal, pois foi deputado federal?
 RA: Olha, a empresa Calçados Beira Rio está muito bem. Temos uma diretoria preparada, a diretoria toda formada dentro de casa e está andando muito bem. No município de Recanto Maestro, temos a Antonio Meneghetti Faculdade que está muito bem também. Temos a rede de hotéis, as termas e a produção de oliveiras, que está tudo muito bem organizado. E, aí, vendo que por exemplo, em Minas Gerais, o Romeu Zema é empresário, é lojista e é nosso cliente, e ele está conseguindo fazer um trabalho muito bom em Minas Gerais. O que se percebe é que se busca, hoje, um governador que tenha essa visão empresarial. Essa visão de meritocracia e resultado. E de investimento, que é o mais importante. Se você vai em uma cidade e faz um ano que não tem nenhuma construção nova, você vê que aquela cidade está parada, está hibernando. Então, o investimento do Estado é essencial e precisa ocorrer. Toda a sua estrutura, de estradas e prédios precisa estar funcionando bem. Escolas reformadas, se tem isso, a população faz o restante.

 JR: Deixe uma mensagem à toda a população.
 RA: Quero dizer a todos que a pandemia está indo para o fim. Se cuidem o máximo possível, mas não percam as esperanças. Mais uns dois meses, já estaremos indo para o fim da pandemia. A nossa região toda, ela é uma região forte e riquíssima, de um povo trabalhador, e continuem desta forma. É assim que vamos ajudar a construir um país melhor. Em Igrejinha, quando eu fui prefeito, foi um período maravilhoso, reformamos todas as escolas municipais, construímos seis creches (Escolas de Educação Infantil), criamos a Patrulha Mecanizada Agrícola, conseguimos fazer a infraestrutura em todos os bairros, com esgoto e água tratada, calçamentos e foi um período muito bom. No Hospital Bom Pastor, criamos o plantão 24 horas em sábado, domingos e feriados. O atendimento do Hospital de Igrejinha é exemplar para toda a nossa região. Então, a alegria de poder servir ao povo é o que me move. Porque a maior alegria é poder estar à serviço das pessoas e fazer o bem para as pessoas. Para mim, Igrejinha e Sapiranga são duas cidades muito fortes, e agradeço a prefeita de Sapiranga, que está nos proporcionando mais uma área para fazermos uma ampliação, e será possível ampliarmos e teremos mais terceirizados. Nós temos uma frase na empresa, a qualidade garante o futuro. E tudo que fizermos, tem que ter muita qualidade. Tenho certeza que o calçado brasileiro vai tomar conta da América Latina, e dos Estados Unidos também. Temos condições, o Vale do Sinos é um cluster calçadista muito capaz, tecnologicamente avançado, e temos que aproveitar tudo isso que temos hoje e fazer ainda melhor. E vamos fazer isso, tenho certeza que com o empenho de todos teremos 15 anos de prosperidade magnifica pela frente.