Como diagnosticar as alergias alimentares

Fique atento | Alergias alimentares em animais não são sazonais

Por
Felipe Cemim, veterinário da Tierplatz

As alergias alimentares, ou reações cutâneas alimentar, não aparecem de forma sazonal, por não serem causadas por questões ambientais, mas sim pela ingestão de nutrientes que podem causar sensibilização do sistema imunológico através da mucosa intestinal, e gerar sinais sistêmicos que vão ocasionar alterações dermatológicas que se manifestam por meio de coceira, vermelhidão e podem favorecer o aparecimento de infecções cutâneas oportunistas por bactérias ou por malassezia.

O principal nutriente causador de hipersensibilidade alimentar são as proteínas, e como forma de diagnostico se faz uma substituição da proteína consumida normamente, por uma proteína de baixo peso molecular, em rações comerciais, que são proteínas hidrolizadas. As proteínas hidrolizadas encontradas nas rações comerciais são normalmente proteína de soja ou de frango, que pelo processo de hidrolização são transformadas em cadeias proteicas com menos de 10.000 daltons. Durante o período de diagnóstico, que deve ser de pelo menos 45 dias, o animal não pode receber nenhum outro tipo de alimento.

Dieta caseira também pode auxiliar no diagnóstico

Pode-se utilizar também uma dieta caseira, que deve ser composta por uma proteína nova, que nunca fez parte da dieta do animal, normamente se usa carne de coelho, peixe, cordeiro ou carnes de caça.
Após o período de dieta diagnóstica, pode-se fazer a exposição provocativa, introduzindo algum alimento novo a cada 14 dias e observando se ocorre alguma alteração no quadro clínico dermatológico.

As alterações secundarias que estiverem ocorrendo de forma concomitante devem ser tratadas simultaneamente, para que se tenha sucesso no diagnóstico, uma vez que se confirma com a melhora do quadro dermatológico e manutenção de uma pele saudável.

Após a exposição provocativa, deve-se manter uma dieta balanceada, que não contenha os ingredientes causadores de sensibilidade alimentar, e o acompanhamento da saúde do animal deve ser constante, com realização de exames de sangue para avaliação periódica. Vale lembrar que com a introdução de uma nova proteína na alimentação, não quer dizer que o cão ou gato não poderá se tornar “alérgico” a proteína nova, pois essa pode sensibilizar o sistema imunológico ao atravessar a barreira da mucosa intestinal.

Crédito da foto: Divulgação