Comentário: Simpli-CIDADE, por Diego Lima

Recentemente o governo encaminhou uma proposta para extinguir mais de 1200 municípios de nosso país. Pois estes municípios, não arrecadam 10% da receita com seus impostos. Atualmente o Gestor Público se depara com uma balança, onde as despesas são maiores que as receitas. Estes munícipios não são capazes de gerar receita para pagar os vereadores e a estrutura administrativa, cargos políticos e de alto custo para os brasileiros. Em Sapiranga, a receita tributária de 2017, chegou a 12,57%, considerando o IPTU, ISS, IRRF, ITBI e taxas de contribuição e melhoria.

Pois bem, fica evidente que devemos melhorar as nossas receitas. E o que parece ser uma grande engenharia de números, na verdade, é fundamentada em simplificação e desburocratização. Simpli-CIDADE! Atualmente o governo vê o empreendedor com maus olhos. Isso mesmo, o governo desconfia do empreendedor. Não estou aqui apenas parafraseando o Luciano Hang da Havan. Mas a verdade é que o empreendedor deve ser respeitado e ter credibilidade. Em média, o Brasil leva 62 dias para abrir uma empresa, enquanto o mesmo processo é feito em 36 horas no Canadá.

Para tanto, antes mesmo de mapear os gargalos e construir estratégias e diretrizes para criar uma cidade com ambiente de negócios, devemos começar pela comunicação e interatividade de servidores e empreendedores, isto mesmo, criar uma linguagem, onde estes, passam a se entender. O servidor deve ser parceiro do empreendedor, ter o objetivo comum de gerar receitas para o município. Tal passo, necessariamente, passa por qualificação e capacitação de ambos. É fundamental acreditar na autodeclaração do empreendedor, entender que está agindo de boa-fé, eliminando verificações e validações morosas.
Sendo engenheiro civil, não poderia deixar de trazer exemplos do mercado imobiliário. Estância Velha, um município vizinho, injeta milhões no comércio e na indústria, através de um loteamento fechado, um produto que legalmente não existe no nosso município, fazendo inclusive, com que alguns sapiranguenses acabem morando e investindo nessa cidade.

Já em Sapiranga, um empreendimento com 480 lotes, aproximadamente 48 milhões de reais em terrenos, R$ 960 mil em ITBI, outros R$ 960 mil em IPTU anuais e um potencial de construção de R$120 milhões, está iniciando as suas obras, após 10 anos de burocracia. Sim, você leu, 10 anos. Nesse tempo, poderíamos ter todo esse dinheiro circulando em nosso município, melhorando infraestrutura e serviços públicos essenciais para a nossa população.
Precisamos melhorar esse cenário, tornando-se um cidade com ambiente de negócios, valorizando as pessoas, que querem gerar receitas, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Competir e desenvolver. O caminho é a Simpli-CIDADE, gestão de resultados e eficiência.