Com turma multisseriada, alunos com necessidades especiais e falta de funcionários, escola busca alternativas

Araricá – Estado caótico é o que vive a escola estadual José de Oliveira Neto, de Araricá, onde uma turma reúne 24 alunos do 1º, 2º, 3º e 4º anos do Ensino Fundamental, em uma mesma sala, com uma única professora. Além disso, fazem parte da turma três alunos com deficiência física e mental, que precisam de acompanhamento especial e individual, mesmo assim não há qualquer monitor ou professor adicional para auxiliar nas aulas. Segundo a diretora, Adriane Fiuza, a Secretaria Estadual de Educação impôs que a turma fosse multisseriada por conta do número reduzido de alunos. “Elas acham que as turmas são pequenas, elas não levam em consideração o tamanho do município. Criaram um parâmetro e se não tiver criança naquela quantidade não tem como (ter uma turma de cada série).[…] Eu tentei argumentar com a questão do município ser pequeno, tentei argumentar com a questão das crianças que têm dificuldade e que precisam do acompanhamento, mas nada disso (foi suficiente), eles querem economizar, reduzir custos”, conta Adriane.

Junção de séries afeta a qualidade do ensino

A turma multisseriada se apresenta como um grande problema, ainda mais com tanta diferença de níveis. “Como tu ensina uma criança sobre o bairro do teu município e pra outra tu ensina a escrever a letra A, e no meio desses tem um intermediário, que é o segundo e o terceiro ano”, declara a diretora. A turma é formada por alunos de idades entre 6 e 10 anos.

Falta de funcionários

Além da falta de monitores para auxiliarem os alunos com necessidades especiais da turma, a escola não possui merendeira, nem responsável pelos serviços gerais, tendo os professores e a direção que realizarem tarefas, que não estão ligadas as suas funções.

Adriane conta que as explicações da Secretaria para o caso foram mudando no decorrer do tempo. “Primeiro eles tinham dito que como os contratos iriam terminar em dezembro, eles iriam contratar em janeiro porque ia ter tempo hábil para as pessoas fazerem os exames […], agora eles alegaram que não tem dinheiro”, lembra.