Com câncer no pulmão e útero, moradora de Sapiranga tem benefício negado na perícia

Sapiranga – Um pedido de renovação do benefício por não ter condições de trabalhar foi negado pela perícia do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em 4 de fevereiro. Arildes da Silva Pinheiro, 45 anos, possui câncer no pulmão e útero, tendo que utilizar um aparelho para poder respirar.

Ela começou a sentir dores na região do estômago e peito em agosto de 2018, na fábrica de calçados onde trabalhava. Realizou, então, consultas e exames em Sapiranga. Como nada foi identificado, seguiu tomando apenas medicamentos para infecção e foi encaminhada para o Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre.

Em 21 de dezembro foi internada no hospital da capital para uso de remédios e a realização de vários exames, os quais constataram a presença de um câncer em seu pulmão e útero, em estado avançado. Assim, foi iniciado o tratamento com uma drenagem, seguido de uma cirurgia e quimioterapia.

Mais de um mês depois, em 2 de fevereiro, ganhou alta e retornou para a sua casa em Sapiranga, visando continuar no tratamento com o uso de remédios e o aparelho Respironics. “Fiquei um tempo no hospital e realizei todos os procedimentos necessários. Depois que eu tive uma melhora lá, a médica achou melhor ir para casa, para não pegar infecção”, explica Arildes.

Em meio ao tratamento com fortes medicações, Arildes da Silva Pinheiro passou por perícia do INSS no dia 4

Benefício negado no INSS de Sapiranga

A paciente relata que segue utilizando medicações. “Estou em tratamento ainda, uso medicamentos bem fortes e o aparelho de respiração que me ajuda bastante. Se não fosse ele eu não conseguiria respirar”, declara. A perícia de renovação do benefício foi dia 4 de fevereiro na sede do INSS de Sapiranga. Arildes foi acompanhada de sua prima e levou os documentos necessários para realizar a solicitação de sua prorrogação do benefício por incapacidade. Porém, a perícia não aceitou o seu pedido. Na versão do perito, não foi encontrado nenhuma incapacidade para trabalho nos testes realizados.

 

Recurso

Arildes Silva recorreu da decisão, junto a sua advogada, Gissela Schein, que entrou com uma medida judicial sobre o caso. “Entramos na justiça federal para habilitar o benefício. É muito triste a situação da Arildes. É visível a falta de condições que ela tem para trabalhar, pois tem dificuldades de respirar mesmo com o aparelho. Ela possui também uma declaração médica da necessidade do uso do aparelho”, declarou a advogada. O Jornal Repercussão, entrou em contato com o INSS para questionar o motivo da negação do benefício. Porém, até o fechamento desta edição, nenhum retorno havia sido encaminhado pelo instituto.

Texto: Diego Moraes

Fotos: Arquivo Pessoal / Taylor Abreu