Colapso no transporte público em Nova Hartz

Nova Hartz – Um dos serviços mais básicos para os moradores de qualquer cidade do Brasil, o transporte público, é peça de ficção e uma verdadeira aventura para os usuários no Município. “Tem vezes que ficamos mais de duas horas esperando por um ônibus”, denuncia a moradora do bairro Campo Vicente, Denise Michele Fagundes, de 25 anos.
Para entender o sofrimento das dezenas de pessoas que precisam de ônibus para chegarem aos seus compromissos, o Jornal Repercussão embarcou na Linha Circular, na segunda-feira (10), e vivenciou de perto a angústia dos moradores.
O roteiro iniciou às 15h30, na parada que fica junto a Av. Irmãos Hartz, esquina com a rua Guilherme Albino Müller. Mais de dez pessoas aguardavam ansiosas a chegada do coletivo. “Uso o transporte pelo menos três vezes por semana e o Circular tem poucos horários”, revela a aposentada, Neli Fernandes Padilha, 50 anos. E a aposentada tem razão. Na tabela acima (que mostra os horários em que há ônibus em Nova Hartz) é possível constatar que os cidadãos devem, em primeiro lugar, respeitar a grade de horários estabelecida pela empresa que presta o serviço. Detalhe: a empresa não venceu nenhum tipo de concorrência pública e tudo sempre com o consentimento da Prefeitura.
Durante mais de uma hora, o Circular percorreu cerca de 20 quilômetros passando pelos bairros Centro, Campo Vicente, Campo Pinheiro, Progresso, Canto Kirsch, Imigrante e o bairro Das Rosas.
O que presenciamos
 A palavra improvisação se encaixa perfeitamente com o transporte público no Município. Tudo começa pelos ônibus. A única linha que é ofertada para a população é identificada com uma folha de ofício fixada no vidro dianteiro do ônibus. O mesmo ocorre com o valor cobrado pelas viagens: 2 reais.
Os problemas se acumulam quando o usuário entra no coletivo. No dia em que testamos a “eficiência” do sistema, as irregularidades começaram a surgir. Entre as constatações que a reportagem apurou e que até renderiam multas de trânsito, era o tipo de calçado utilizado pelo motorista: um chinelo Havaianas.
Outra irregularidade encontrada logo no embarque está nas poltronas do coletivo. Havia uma série de poltronas e encostos rasgados. O banco existente na parte traseira do coletivo também estava fora dos padrões (a poltrona estava caída no chão).
Sem previsão de melhorias
O secretário de Mobilidade Urbana e Segurança Pública, Marino Silveira dos Santos, diz que a Prefeitura está preocupada com a situação do transporte e está estudando maneiras de qualificar o serviço. “Os ônibus atuais não são adaptados para cadeirantes e isso é uma necessidade que precisamos atender. Hoje, a empresa que presta este serviço quase não tem rentabilidade. A empresa atual opera em regime de parceria para não deixar o usuário sem atendimento, o que geraria grandes transtornos aos moradores”, explica o secretário.
Horários dos ônibus
Manhã: 7 horas e 9h30
Tarde: 13 horas e 15h30
Noite: 19 horas
Sábados, domingos e feriados:  9h30 e 15h30.
Ipê Amarelo: com horários às 13 horas e às 19 horas.
Fonte: Prefeitura de Nova Hartz