Clínicas de reabilitação podem mudar a vida do dependente químico

Caso haja interesse em doações ou palestras, é possível entrar em contato com Anderson através do número (51) 99732-9063 Foto: Arquivo pessoal

A dependência química é uma doença que manifesta-se no ser humano de maneira lenta, progressiva e fatal. Centros de reabilitação são uma das maneiras encontradas para o tratamento do doente.

 

“Ninguém vira drogado ou alcoólatra do dia para a noite. Ninguém nasceu bebendo ou usando droga”, comentou o professor e doutorando em dependência química e uso abusivo de álcool e substâncias psicoativas, Anderson Capp, 51 anos, que estuda a identificação do perfil do dependente químico internado em instituições voluntárias e involuntárias em duas clínicas de reabilitação de Sapiranga, o Centro Amai (masculino) e Centro Restaurando Vidas (feminino).
Os dois centros, coordenados pelo casal Pedro Ataíde e Patrícia Falcão, oferecem consultas com psiquiatra e psicólogo, reuniões temáticas de espiritualidade, leitura e discernimento de programas terapêuticos. “Se um acolhido se transformar, a gente ganha o mundo. Pois para ele foi 100% de transformação, então para aquela vida a gente fez a diferença, o tratamento fez a diferença”, comentou Anderson.
O centro masculino, localizado na rua Alberto Schmidt, 468, no bairro Novo Centenário, acolhe cerca de 50 homens. Já o centro feminino, localizado na rua Santa Rosa, 303, no bairro Centenário, atende em torno de 20 mulheres.

Programa terapêutico para doentes

Com foco no autoconhecimento do paciente, os centros trabalham o gerenciamento de emoções, sentimentos e a visão dos defeitos de caráter, como autossufiência, arrogância, prepotência, falta de humildade e empatia.
Anderson tem como seu mentor há mais de um ano o coordenador do Centro Amai. “Ele me ensinou que essa doença leva o enfermo a 5 C’s. Clínica, com uma internação; Cadeia, pelo que se faz para conseguir álcool e droga; Cemitério; a morte; Cadeira de rodas, quando se fica paralitico; e Camas hospitalares”, contou o professor, que também menciona o fato de que o índice de recaída é muito maior que de recuperação.
“O tratamento é um programa terapêutico que opera um milagre na vida dos internos. Os internos se tornam livres para viver”.

Conhecer e ajudar

As clínicas das quais Anderson estuda estão disponíveis para troca de conhecimento em escolas e empresas através de palestras e seminários gratuitos, tendo como único objetivo falar sobre drogas e alcoolismo no ambiente de trabalho e familiar. “Com intenções que, com o conhecimento, as pessoas se ajudem e ajudem os outros, não tendo mais tanta discriminação com a doença, pois o doente é o doente, ele precisa de cuidado e amor, as vezes um pouco de isolamento, como ocorre com a internação”, mencionou Anderson.
Doações podem ser feitas. “Camas, beliches, colchões para os novos acolhidos, alimentos como arroz, feijão, óleo, açúcar, café, farinha e ovo. Não importa a quantidade. Às vezes alguma coisa que alguém queira se desfazer no âmbito particular, tudo a gente aproveita. A gente aprendeu a viver com pouco e quem dá valor ao pouco, é merecedor do muito”, finalizou o professor.