Clima ruim no Departamento de Trânsito em Campo Bom

Desconfiança | Servidores que multaram motorista da Prefeitura, em julho, alegam perseguição. Prefeitura rebate

Campo Bom – Desde que um agente de trânsito aplicou uma multa, no mês de julho, em um funcionário da própria Prefeitura que dirigia, sem cinto de segurança, uma retroescavadeira da Secretaria de Obras, as coisas não são as mesmas no Departamento de Trânsito. Logo após o fato, o agente responsável pela aplicação da multa diz que vem sendo discriminado, perseguido e ainda sofre dano moral do responsável pelo setor, o coordenador de Trânsito Fabiano Feldes.

Depois do episódio, o agente que aplicou a multa e mais um colega foram trocados de turno. Os servidores públicos argumentam que foram trocados de horário sem mesmo ocorrer uma consulta se havia concordância por parte dos funcionários. Reunião informal entre um dos servidores que se sente prejudicado há duas semanas, com o secretário de Administração, Pedro Paulo Gomes, ocorreu na tentativa de solucionar o impasse. Porém, situação de desconforto entre os servidores e o coordenador só tem aumentado.

Há cerca de uma semana atrás, o coordenador do Departamento de Trânsito em Campo Bom, Fabiano Feldes, argumentou que os servidores que reclamaram da troca de turno não o procuraram para questionar a escala de trabalho. “Nunca fizeram nenhuma reclamação e ainda foram procurar um secretário de outro setor. A modificação de horário se deu pela necessidade de contarmos com guardas no turno das 19h à 1 hora da madrugada”, explicou à época.

Aplicativo de consultas

Porém, neste segunda-feira (28), os servidores do Departamento de Trânsito relataram para veículos de comunicação outros detalhes da perseguição. Um dos servidores disse que foram instalados rastreadores nos veículos, entre outros motivos, para monitorar os passos dos agentes. “Além disso, o coordenador de trânsito nos retirou o acesso ao aplicativo do DETRAN/RS que nos possibilita consultar a situação de um veículo se ele é roubado, furtado ou não”, relatou um dos servidores. A Prefeitura alega que a medida foi tomada, pois o Departamento de Trânsito não quer que o aplicativo seja usado para fins particulares.

Prefeitura explica situação

Por nota, a Prefeitura explica que não está ocorrendo nenhum tipo de represália, perseguição ou tratamento diferenciado com esses servidores em função da notificação que foi emitida para um condutor de uma retroescavadeira da Prefeitura em julho. Assim como afirmou na época, Feldes reitera que que todos os agentes de trânsito têm o dever de orientar e de fazer cumprir as normas legais, de modo que as leis são aplicáveis a todos os cidadãos e que, em momento algum, funcionários públicos terão qualquer tratamento diferenciado. Quanto à transferência ao turno da noite, o expediente de trabalho foi criado para atender demandas que surgem noturnamente na área de trânsito e para atender um pedido da Brigada Militar para auxiliar em operações.

Sindicância interna apura atos

A nota da Prefeitura reitera ainda que todos os direitos dos funcionários estão sendo devidamente respeitados e os mesmos estão desempenhando a carga de trabalho e as funções exigidas no concurso que prestaram para desempenhar a função, recebendo adicional noturno devido ao horário de trabalho. Cabe salientar que os indivíduos em questão respondem à sindicância interna na Comissão Permanente de Capacitação, Controle, Avaliação de Desempenho e Qualidade do Servidor e do Serviço Público Municipal (Compaq) iniciada em 2016, na gestão anterior. Processo, esse, que foi aberto devido a inúmeras denúncias de colegas de trabalho, com acusações graves, afirmando, inclusive com provas fotográficas, que os mesmos estariam tendo atitudes incompatíveis com as pertinentes as suas funções em horário de trabalho, como dormir durante o expediente. Essa sindicância pode resultar em punições graves, incluindo a exoneração. Os funcionários alegam que esse fato não é verídico e que foi inventado.

Crédito da foto: Prefeitura Municipal de Campo Bom