Chinês conta experiência do coronavírus no país oriental

Ana Paula Vargas e Hu Dong | Foto: Arquivo pessoal -Foto: Arquivo pessoal.

Sapiranga – Há mais de 23 anos o chinês Hu Dong, natural de Beijing, capital da China, reside no Brasil. Representante comercial e especializado em comércio exterior, principalmente exportação, Dong também é tradutor de mandarim no Vale do Sinos. Atualmente, morando em Sapiranga onde é casado e pai de um menina, Dong contou algumas experiências da sua última viagem à capital Beijing, em novembro de 2019: “No Rio Grande do Sul, eu resido há 16 anos. Como eu trabalho com matéria-prima para calçados em uma empresa de Campo Bom, a última viagem minha para a China foi para visitar a minha família. Na ida e na volta estava tudo tranquilo e não havia restrições, nem comentários sobre o coronavírus. Só quando estava no Brasil é que surgiram os comentários”, explica Hu Dong.

Quando o chinês conversou com a reportagem, no início de abril, Beijing possuía 587 pessoas curadas e 443 mortes, conforme um site do país no qual Hu Dong confia: “Na minha família, ninguém contraiu a doença e na cidade onde minha família mora, ainda estão em quarentena. Quando é necessário sair às ruas, as pessoas usam máscaras”, comenta.

Questionado sobre a situação do Brasil, Hu Dong avaliou da seguinte forma: “Cada caso é um caso. Se for para ficar em casa, vamos nos cuidar. Se for para trabalhar, vamos trabalhar confiando nas nossas autoridades e unindo nossas forças para vencer essa doença”, projeta. A esposa de Dong, Ana Paula Vargas, observou nas últimas semanas um comportamento preconceituoso com o esposo: “Soltam piadas, mas não pensam no próximo e no sentimento dos chineses que vivem no Brasil. Dizem que o povo chinês é ambicioso e egoísta e muitos dizem: tudo é culpa da China. Isso é uma incógnita até que se prove o contrário. Neste momento, precisamos ficar em casa e evitar aglomerações”, pontua.