CDL e Sindicato dos Comerciários avaliam impactos e reflexos das restrições da bandeira preta

Com restrições da bandeira preta, comércio considerado não essencial precisa ficar fechado ao público (Foto: Divulgação)

Região – As Câmaras de Dirigentes Lojistas (CDLs) da região se mobilizaram com o intuito de conseguir sensibilizar o governador Eduardo Leite para mudar as regras de restrições do distanciamento controlado do Governo do Estado, em relação ao comércio nos municípios. O principal temor das diretorias e dos lojistas, que buscam a reabertura, é pelo desemprego e fechamento dos negócios.
Representes de 14 entidades, entre elas, Campo Bom, Sapiranga e Nova Hartz, do Vale do Sinos, além de Igrejinha e Três Coroas, Rolante e Riozinho, do Paranhana, assinaram uma carta direcionada ao governador. A busca é de uma alternativa para o comércio local, mantendo os estabelecimentos abertos, de segunda a sexta-feira, desde que atendidas todas as recomendações e cumprindo todas as exigências com responsabilidade, e no sábado e domingo, o fechamento total das atividades de todos os ramos. “Nossas regiões passam por momento de gravidade devido à expansão da Covid-19, mas a paralisação das atividades econômicas está nos levando a um iminente colapso social e econômico, inclusive, refletindo nas atividades consideradas essenciais”, descreve a nota. O documento também reforça a importância de combater as irresponsabilidades das festas clandestinas, dos estabelecimentos que permitem aglomeração de pessoas, dentre outras, mas permitindo que o comércio possa desenvolver suas atividades com responsabilidade.

“O comércio precisa sobreviver; todo trabalho é essencial”

Carla Hermann, da CDL de Sapiranga, chama a atenção para as ponderações feitas pela entidade. “Não é o comércio que está propagando, são as pessoas aglomeradas, que não seguem os protocolos. Fizemos a correspondência chegar no governador com o apoio de 14 entidades. Nossa preocupação, que temos com a vida, é primordial, mas o comércio ficando fechado é uma cadeia que pode gerar demissões. Os impostos não poderão ser pagos em dia, assim como os aluguéis, o banco não fecha, as contas continuam chegando”, disse ela, questionando os motivos do comércio ser o mais atingido com as restrições. “Temos que ficar com o comércio de porta fechada, mas qual a diferença de tu ligar e encomendar? Vai ter manuseio e ocorre circulação com entregas! Por que não deixar comércio aberto? Com restrições, claro! Que se feche quem não seguir protocolos”, diz ela, reiterando que o comércio está sendo “o real lesado. O comércio está fechado, mas as contas continuam chegado. O comércio precisa sobreviver; todo trabalho é essencial para quem vive dele, há uma discriminação quanto a isso”.

OS MAIS ANTIGOS
O temor pelo desemprego e pelo fechamento de lojas se tornou preocupação por tantos dias de fechamento. “Já confirmaram fechamento do comércio até dia 21, mas pode se estender. Temos muitos comércios que de portas fechadas vão sofrer demais. Há comércios mais antigos, que ainda não se adaptaram com aplicativos e formas mais modernas de vendas e cobranças. Como ficam esses? Como ficam os que são pequenos?”, questiona Carla Hermann, da CDL de Sapiranga.

“Estamos entre a cruz e a espada; está difícil”

Paulo Roberto Costa, do Sindicato dos Comerciários de Sapiranga

Jornal Repercussão: Como projetam enfrentar esse período de bandeira preta?
Paulo Costa: A situação está pior. Tanto que a bandeira é preta em todo Estado e o comércio fica todo dependente dos decretos. Nosso temor é de que não venha a vacina, para resolver a questão da imunidade. No mais, as pessoas precisam se cuidar. O setor de farmácias, mercados, ninguém parou de trabalhar, e o risco deles é muito grande. Essas pessoas da linha de frente precisariam de vacina. São riscos diretos, pois se forem contaminados, também vai precisar fechar. Estamos preocupados com quem não pode parar e precisa trabalhar. Por outro lado, nos preocupamos com quem está parado, pois não existe um plano emergencial do governo, de acordos de trabalho, redução de carga, auxílio emergencial. Agora, infelizmente, não está tendo nada. Se vier algo, será pouco e em parcelas menores. Estamos entre a cruz e a espada. São duas situações preocupantes demais, tanto de quem está trabalhando sem imunização, quanto de quem está com comércio parado sem ajuda.