Reportagem: Deivis Luz, Fábio Radke, Laura Blos e Leonardo Oberherr
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Região – Estudos e levantamentos do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), órgão ligado ao Ministério da Saúde, apontam que no biênio 2018-2019, o Brasil terá 600 mil novos casos de câncer. Em algumas capitais, como Porto Alegre, os casos com mortalidade pela doença atingiu os mesmos patamares de patologias cardiovasculares, por exemplo.
Estudo das Nações Unidas mostra que o câncer, atualmente, é a segunda maior causa de mortes no mundo, sendo que, por ano, 8,8 milhões de pacientes morrem. No entanto, especialistas reforçam que o diagnóstico positivo não é uma sentença de morte. “É dever de todos comunicar e incentivar seus familiares a adotarem hábitos saudáveis”, explica o dr. Henrique Träsel, médico oncologista responsável técnico pela unidade Oncoprev do Instituto de Oncologia Kaplan.
A ONU ainda reforça que um terço dos óbitos pela doença têm relação com comportamentos de risco – altos índices de gordura corporal; baixa ingestão de frutas e de verduras; falta de atividade física; fumo e consumo de álcool. Dados do INCA revelam que entre os homens, o principal tipo de câncer continua sendo o de próstata. Em 2018, foram registrados 14.290 casos da doença entre este público, o que representa 29,2% dos casos. Logo atrás, aparecem casos de câncer de traqueia, brônquio e pulmão. nEntre o público feminino, os casos de câncer de mama são os campeões, e no ano de 2018, foram registrados 11.030 casos, ou seja, 28,7% do total. O câncer de ovário contabilizou 1.080 casos
O oncologista da Oncosinos, dr. Fabiano Ferreira Filho, lembra que nos Estados Unidos, o câncer já é a maior causa de morte entre adultos com menos de 85 anos. “O Brasil está passando por uma transição e, por exemplo, em cerca de 30% dos municípios gaúchos, o câncer já é a principal causa de morte entre adultos”, analisa o especialista.
Médicos oncologistas da Oncosinos e Oncoprev alertam a população
Para o médico oncologista responsável técnico pela unidade Oncoprev do Instituto de Oncologia Kaplan, dr. Henrique Träsel, fatores de risco que geram o câncer de mama não necessariamente são os mesmos para o câncer de pulmão. “Em linhas gerais, quanto mais hábitos de vida saudáveis, menor o risco de desenvolver os principais tipos de câncer, no caso do Rio Grande do Sul, o câncer de pele, de mama, de próstata, do intestino grosso, de pulmão e do colo do útero são os com maior incidência.
Para o dr. Fabiano Ferreira, da Oncosinos, após os 60 anos de idade, a probabilidade do surgimento é maior. Esse fato deve-se ao aumento de mutações adquiridas no DNA através dos anos”, analisa. “Fatores de risco como falta de exercício físico regular, o tabagismo e uma dieta pobre em fibras e rica em gorduras e carnes vermelhas podem acelerar o surgimento de doenças como o câncer”, alerta o médico oncologista.
Especialista comenta
*médico oncologista, Henrique Träsel, responsável técnico do Instituto de Oncologia Kaplan/Oncoprev
Câncer de pele
Para o câncer de pele, devemos evitar tomar sol nos horários em que a radiação solar é mais forte, que é entre às 10h às 16h. O uso de filtro solar é indispensável, principalmente para pessoas de pele clara e que sabidamente não ficam bronzeadas.
De próstata
O principal fator de risco é o envelhecimento. Quanto mais velho é o homem, maior o risco de desenvolver câncer de próstata. O melhor é conversar com seu médico para decidir sobre realizar exames de rastreamento da doença ou não, que deve ser a partir dos 50 anos. A obesidade, assim como dietas ricas e gorduras, parecem ter algum efeito sobre o aumento do câncer de próstata, mas os dados são controversos.
De mama
Manter-se no peso, realizar atividades físicas regulares e reduzir a ingestão de bebidas alcoólicas são algumas das medidas para reduzir o risco de desenvolver o câncer de mama. No entanto, o mais importante para as mulheres é detectar o câncer de mama em estágios iniciais. Para isso, recomenda-se que todas as mulheres realizem mamografia anualmente a partir dos 40 anos idade, que é quando a incidência começa a aumentar nas mulheres.
De intestino
O câncer do intestino grosso – ou cólon -, a realização da colonoscopia entre os 45 e 50 anos, tanto em homens quanto em mulheres, é a principal medida para preveni-lo. A maior parte dos cânceres do intestino grosso se desenvolvem a partir dos pólipos. Ao identificar essas pequenas lesões através do exame de colonoscopia, elas são removidas no mesmo momento, o que na maioria dos casos evita a progressão para o câncer.
De colo do útero
É considerado um tumor completamente prevenível. O vírus do HPV – papiloma vírus humano -, que é sexualmente transmissível, é o responsável por causar o câncer de colo uterino. Existem duas formas eficazes de preveni-lo: através da vacinação de meninas e meninos contra o HPV – disponível nas Unidades Básicas de Saúde de forma gratuita -, e através da realização do teste de Papanicolau, popularmente conhecido como o Preventivo do câncer do colo do útero.